AGRO RURAL: DOURADOS MS SEJA BEM VINDO

É grande a satisfação em recebermos em nosso blog, procuraremos sempre adicionar matérias técnicas direcionadas principalmente à medicina veterinária. Dicas e sugestões, estamos à disposição. TFA.

ASSUNTOS:

Abril 10:

-BOVINOS DE CORTE: DESMAMA EM BOVINOS

-GADO DE LEITE: CONTROLE E SECAGEM DAS VACAS.

- SUINOCULTURA: ORIENTAÇÕES EM CRIAÇÃO CAIPIRA

- SAIBA MAIS SOBRE A GRIPE H1N1

- CURTIMENTO DA PELE DE COELHO

- CRIAÇÃO DE COELHOS

- RAIVA OU BOTULISMO ?

- MANEJO DE OVINOS

Maio 10:

- CANA DE AÇUCAR: UMA ALTERNATIVA DE ALIMENTO PARA A SECA (EMBRAPA).

Julho 10:

- MORTALIDADE DE BOVINOS NO FRIO

Agosto 10:

- PICADA POR COBRAS: SINTOMAS E PRIMEIROS SOCORROS
- SABÃO CASEIRO













domingo, 25 de abril de 2010

DESMAMA EM BOVINOS

EMBRAPA CENTRO OESTE :


DESMAMA EM BOVINOS DE CORTE


O atraso na manifestação do primeiro cio pós-parto (anestro) é uma das principais causas do baixo desempenho reprodutivo da pecuária de corte e está relacionado à deficiência nutricional e à intensidade/freqüência de amamentação. Levando em consideração esses fatores e visando poupar a vaca do estresse da amamentação, sem prejudicar o desenvolvimento do bezerro, os criadores realizam a desmama, tradicionalmente, aos 7-8 meses de idade. Nesta idade, o animal já pode ser considerado um ruminante e tem plena condição de utilizar forragem sólida como única fonte de energia e de nutrientes de que necessita. Além do mais, a participação do leite na dieta do bezerro é pequena após o terceiro mês de lactação.

Dessa forma, para os animais nascidos entre agosto e outubro, provenientes da estação de monta de novembro a janeiro recomendada pela EMBRAPA-CNPGC, para o Brasil Central, a desmama tradicional deve ocorrer em duas etapas, nos meses de fevereiro e abril. Após a separação, os bezerros devem ser colocados em pastagens adequadas (forrageiras de alto valor nutritivo, pequeno porte e alta densidade), bem afastados das mães e sem a menor comunicação. Observações realizadas na EMBRAPA-CNPGC, com mães e crias desmamadas e separadas em pastos adjacentes, demonstraram maior tranqüilidade, tanto para as vacas quanto para os bezerros, desde os primeiros dias. Entretanto, tal separação exige a construção de cercas apropriadas que evitem possíveis mamadas. Para facilitar o manejo, alguns criadores mantêm usualmente as crias no mangueiro de quatro a sete dias pós-desmama, fornecendo água, ração no cocho e capim fresco à vontade.

Uma alternativa para amenizar o estresse da separação é o tradicional "amadrinhamento", ou a colocação de animais adultos junto com os recém-desmamados, que tem a função de "acalmá-los". Se possível, os bezerros devem ser desmamados tirando-se as mães do piquete de desmama, de forma que aqueles permaneçam em ambiente conhecido. Bezerros devem ser checados com freqüência e, os doentes, removidos imediatamente do piquete para uma área de isolamento, ajudando a prevenir a disseminação de doenças, e devidamente tratados. Nos primeiros dias após a separação, deve-se evitar distúrbios aos recém- desmamados. Transporte e comercialização devem ser evitados. Se viagens forem necessárias, devem ser o menos estressante possível. Os piquetes devem ser protegidos contra ventos e providos de sombra, reduzindo-se os estresses climáticos adicionais. O tratamento preventivo de doenças deve ser feito por meio de vacinações, como também o controle de ecto e endoparasitos, seguindo um rígido manejo sanitário. Enfim, todos os esforços e precauções devem ser administrados no sentido de se manter o estresse a um mínimo, durante o processo de desmama.

Com o objetivo de acostumar a cria a comer no cocho desde cedo, aumentar o peso à desmama dos bezerros e poupar a vaca da intensa amamentação, alguns criadores vêm utilizando o sistema "creep-feeding". Esse método consiste em suplementar o bezerro ao pé da vaca, com ração balanceada no cocho, dentro de um cercado, por meio de dispositivos que permitem o acesso exclusivo da cria. Em vez de ração no cocho, o mesmo cercado pode compreender um pequeno pasto diferenciado, formado com forrageiras de alto valor nutritivo, pequeno porte, alta densidade e devidamente adubado. Tal sistema tem os mesmos objetivos do sistema anterior e é denominado "creep-grazing".


DESMAMA PRECOCE

Essa prática consiste em separar o bezerro, definitivamente, bem mais cedo, aos 90-120 dias de vida. Ela é recomendada para períodos de escassez de forragem e tem a finalidade de reduzir o estresse da amamentação e os requerimentos nutricionais da vaca, permitindo que estas recuperem seu estado corporal e manifestem o cio. Em se tratando de novilhas de primeira cria, cujo desenvolvimento ainda é incompleto, a desmama precoce pode ser uma boa opção, principalmente em anos com secas prolongadas. Para a maior eficiência do sistema, entretanto, é preciso que esta prática ocorra dentro da estação de monta, possibilitando a reconcepção imediata. Assim sendo, para a estação de monta anteriormente citada (novembro a janeiro), ocorreriam duas desmamas: em novembro e em janeiro.

Apesar da reduzida influência do leite sobre o ganho de peso de bezerros, após o terceiro mês de lactação, quando estes já estão pastando e ruminando plenamente, a desmama precoce pode apresentar efeitos negativos quanto ao desenvolvimento ponderal e fertilidade à maturidade sexual das fêmeas, bem como provocar o aumento da taxa de mortalidade. Para que não ocorram problemas dessa natureza, recomenda-se:

a) desmama de bezerros com peso superior a 90 kg;

b) desmama em época adequada (para o Brasil Central: novembro a janeiro);

c) pastos diferenciados para animais desmamados precocemente;

d) suplementação com ração concentrada até 5-6 meses de idade;

e) uso de "creep-feeding" ou "creep-grazing" na fase pré-desmama.



DESMAMA TEMPORÁRIA OU INTERROMPIDA

A remoção temporária do bezerro é uma técnica de fácil adoção e custo zero, empregada para se melhorar a fertilidade de rebanhos de corte. Consiste em separar o bezerro da vaca, por um período de 48 a 72 horas, a partir de 40 dias após o parto.

O efeito da interrupção temporária do estímulo da amamentação promove o restabelecimento do ciclo estral, ou seja, o aparecimento do cio, podendo melhorar a taxa de concepção das vacas em até 30%. Entretanto, sua eficácia dependerá da condição corporal da fêmea, por ocasião de sua utilização. Vacas em péssimo estado corporal não respondem satisfatoriamente à desmama temporária. Neste caso, a desmama precoce é mais recomendada. O mesmo ocorre com vacas em bom estado nutricional, pois estas já manifestam cio regularmente. Essa prática tem seu maior efeito quando a condição corporal é regular, com fêmeas em regime de ganho de peso.

Os bezerros podem permanecer no mangueiro, por 48 a 72 horas, durante a separação temporária, com água e forragem (feno, capim fresco ou ração) à vontade, enquanto as mães pastam e descansam nas mangas do lado de fora. Essa proximidade serve para "acalmar" os animais. A separação temporária não oferece o menor prejuízo ao peso dos bezerros à desmama definitiva (7 meses).

Outra alternativa para manter a cria ao pé da vaca, reduzindo o estresse da separação, é o uso de "tabuleta". Consiste em um dispositivo aplicado no focinho do bezerro, durante cerca de sete dias, permitindo-lhe o pastejo e ingestão de água, embora as mamadas lhe sejam impedidas. Entretanto, sua viabilidade prática para grandes rebanhos de corte é discutível.



DESMAMA CONTROLADA

Devido à intensidade e à freqüência das mamadas, um certo grau de anestro é observado em praticamente todas as fêmeas que amamentam suas crias, podendo se agravar em situações de desnutrição. Baseado nisto, essa prática preconiza a diminuição da amamentação, com

considerável aumento sobre a taxa de prenhez, à semelhança do que ocorre com o gado leiteiro. Além de poupar a mãe de freqüentes mamadas, esse processo vai acostumando o bezerro para a desmama definitiva.

A amamentação controlada consiste em permitir a permanência do bezerro com a mãe durante dois curtos períodos do dia, entre 6 e 8 horas e das 16 às 18 horas, a partir do 30º dia de vida. Como se pode verificar, essa prática também é inviável para grandes rebanhos de bovinos de corte.


Direitos de cópia reservados para Embrapa Gado de Corte

GADO DE LEITE - CONTROLE E SECAGEM DAS VACAS



GADO LEITEIRO


O DIÁRIO MS entrou em contato com o médico veterinário Vili Schulz para dar uma explicação referente ao controle e secagem de vacas leiteiras.
Segundo vili, o controle leiteiro é muito importante em uma propriedade leiteira, pois através desta estimativa de produtividade é que adotamos algumas medidas de manejo, entre as quais podemos destacar:
1- O fornecimento de ração/concentrado deve ser em maior quantia em vacas que possuem maior produção de leite, devem ser tratadas individualmente, ou tratadas com lotes de mesma produção. Uma opção é colocar um colar de cores variadas para cada nível de produção, por exemplo, colar vermelho significa “X” kg de ração, a de verde “Y” kg e assim por diante.
2 – Através das informações de produção podemos avaliar o potencial genético das vacas, podendo escolher cruzamentos que possam melhorar o rebanho, e descartar aquelas que não satisfazem.
3 – Outro benefício do controle é a questão comercial, onde touros ou sêmen devidamente selecionados e aprovados, possam render bons frutos à propriedade.
4 – Programação de “fluxo de caixa”, que é nada mais nada menos que saber quanto vai poder gastar, pois terá uma previsão de receita.

COMO REALIZAR O CONTROLE:
• A pesagem do leite deve ser em média mensal ( 15 a 45 dias ).
• Devem ser realizados conforme o sistema da propriedade ( uma, duas, ou três ordenhas diárias).
• Sempre, de preferência, ser feito pelo mesmo ordenhador.
• Sempre iniciar o controle através da vacas recém paridas ( 5 a 45 dias após parto), e acompanhadas até término da lactação.
• Identificar os animais através de numeração à fogo, brincos, tatuagens, etc.
• As vacas de controle devem ser ordenhadas aleatoriamente, sem preferência pelo início ou fim da ordenha.
• Deve ser retirado todo o leite possível, não devendo ser deixado nada para o bezerro.
• Pode-se escolher melhor data para o período de lactação ao escolher a data da cobertura ou inseminação artificial.

SECAGEM DAS VACAS LEITEIRAS
Secar uma vaca, significa interromper a lactação, fazendo com que a mesma pare de dar leite.
Alêm das anotações de cobertura ou inseminação e data de parição, Vili diz que o produtor deve se atentar para a data de fim da lactação, que é de 60 dias antes da parição (aos 7 meses de gestação), ou antes se a produção for muito baixa, abortos, ou doenças.
Os benefícios da “secagem” das vacas podemos destacar:
- Recuperação dos tecidos secretores de leite.
- Formação do colostro, que é o primeiro meio de imunização que recebe o bezerro.
- É no final da gestação que o bezerro totaliza sua formação, exigindo muito da alimentação da vaca.



COMO FAZER A SECAGEM:

É fácil realizar a secagem de uma vaca, pois alterando drásticamente os fatores que influenciam na produção de leite, é que tem-se o resultado esperado, como por exemplo, presença do bezerro, presença de outras vacas em lactação, proximidade ao local de ordenha, cheiro da ração ou silagem, etc.


Deve-se proceder da seguinte maneira:
Verificar se a vaca apresenta mastite, até mesmo a sub clínica deve ser observada através do Teste de C.M.T. ( Califórnia Mastite Teste) ou do caneco de fundo preto e caso a mastite se confirme, realizar o tratamento da mesma, e não realizar a secagem.

Ao optar pela secagem e obedecer o procedimento inicial, o ordenhador deve esgotar bem os tetos, e introduzir um antibiótico de longa ação que é próprio para este período de secagem como por exemplo cefalexina benzatina ( Ubersec®) em cada um dos tetos. Depois deste procedimento, levar a vaca à um local com menos oferta de capim, onde esteja longe do estábulo ou local de ordenha, não fornecer ração. O fornecimento de água deve ser a vontade.
Não ordenhar mais, a formação de leite é normal, e o organismo reabsorverá este leite formado. Caso esteja bem vermelho e inchado, a mesma deverá ser tratada ( mastite ) e depois aplicação de antibiótico de longa ação.
Após 2 semanas a vaca não produzirá mais leite, e depois disso poderá receber alimentação adequada para o término da gestação.
O médico veterinário Vili Schulz infatiza que nos dias de recessão econômica, o uso de técnicas é primordial para obter maior produção e lucratividade na propriedade num mesmo espaço de tempo.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

ORIENTAÇÕES EM SUINOCULTURA "CAIPIRA"


ORIENTAÇÕES EM SUINOCULTURA

A seguir, algumas indicações para suinocultura comercial, podendo ser adaptada para suinocultura “caipira”.
.Planejamento da Produção
Na suinocultura moderna e intensiva, um dos aspectos mais importantes na prevenção de doenças é o correto manejo das instalações, visando reduzir a pressão infectiva e a transmissão de agentes patogênicos entre animais de diferentes idades e racionalizar o uso da mão de obra nas atividades de manejo. Isto é possível através da utilização do sistema de produção "todos dentro todos fora" com vazio sanitário entre cada lote, pelo menos nas fases de maternidade, creche e crescimento/terminação. Para poder adotar esse sistema é necessário planejar as instalações estabelecendo o número de salas que atendem um determinado fluxo de produção (intervalo entre lotes). Para calcular o número de salas necessárias em cada fase de produção deve-se definir algumas variáveis conforme segue:
• Intervalo entre lotes: os intervalos entre lotes de 7 ou 21 dias são os mais utilizados para facilitar as atividades de manejo, mas, teoricamente, pode-se utilizar qualquer período com menos de 22 dias.
• Idade ao desmame: para fins de cálculo das instalações e para realizar o desmame sempre no mesmo dia da semana, usar 21 ou 28 dias. ( em sistema de criação “caipira”, pode-se adotar um desmame com idade maior = 45 a 60 dias).
• Idade de venda dos suínos: deve ser definida em função das características do mercado que se pretende atender.
• Intervalo desmama/cio: normalmente utiliza-se como média 7 dias.
• Duração da gestação: essa variável é fixa de 114 dias = 3meses, 3 semanas, 3 dias.
• Duração do vazio sanitário entre cada lote: para esse período recomenda-se 7 dias (1 dia para lavagem + 1 dia para desinfecção + 5 dias de descanso).


POSIÇÃO DAS INSTALAÇÕES

O sol não é imprescindível à suinocultura. Se possível, o melhor é evitá-lo dentro das instalações. Assim, devem ser construídas com o seu eixo longitudinal orientado no sentido leste-oeste. Nesta posição nas horas mais quentes do dia a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica recebida pela instalação será a menor possível. A temperatura do topo da cobertura se eleva, por isso é de grande importância a escolha do material para evitar que esta se torne um coletor solar. Na época da construção da instalação deve ser levada em consideração a trajetória do sol, para que a orientação leste-oeste seja correta para as condições mais críticas de verão. Por mais que se oriente adequadamente a instalação em relação ao sol, haverá incidência direta de radiação solar em seu interior em algumas horas do dia na face norte, no período de inverno. Providenciar nesta face dispositivos para evitar esta radiação.
Figura 3. Orientação da instalação em relação à trajetória do sol.
Cobertura


O telhado recebe a radiação do sol emitindo-a, tanto para cima, como para o interior da instalação. O mais recomendável é escolher para o telhado, material com grande resistência térmica, como a telha cerâmica. Pode-se utilizar estrutura de madeira, metálica ou pré-fabricada de concreto.

Sugere-se a pintura da parte superior da cobertura na cor branca e na face inferior na cor preta. Antes da pintura deve ser feita lavagem do telhado para retirar o limo ou crostas que estiverem aderidos à telha e facilitar assim, a fixação da tinta.

A proteção contra a radiação recebida e emitida pela cobertura para o interior da instalação, pode ser feita com uso de forro. Este atua como segunda barreira física, permitindo a formação de camada de ar junto à cobertura e contribuindo na redução da transferência de calor para o interior da construção.

O lanternim, abertura na parte superior do telhado, é altamente recomendável para se conseguir adequada ventilação, pois, permite a renovação contínua do ar pelo processo de termossifão resultando em ambiente confortável. Deve ser em duas águas, disposto longitudinalmente na cobertura. Este deve permitir abertura mínima de 10% da largura (L) da instalação, com sobreposição de telhados com afastamento de 5% da largura da instalação ou 40 cm no mínimo. Deve ser equipado, com sistema que permita fácil fechamento e com tela de arame nas aberturas para evitar a entrada de pássaros.

Figura 4. Esquema para determinação das dimensões do lanternim.





Obs: O uso da telha fibro-cimento está sendo limitado em alguns Estados.


Sombreamento


O emprego de árvores altas produz micro clima ameno nas instalações, devido a projeção de sombra sobre o telhado. Para as regiões onde o inverno é mais intenso as árvores devem ser caducifólias. Assim, durante o inverno as folhas caem permitindo o aquecimento da cobertura e no verão a copa das árvores torna-se compacta sombreando a cobertura e diminuindo a carga térmica radiante para o interior da instalação. Devem ser plantadas nas faces norte e oeste da instalação e mantidas desgalhadas na região do tronco, preservando a copa superior. Desta forma a ventilação natural não fica prejudicada. Fazer verificação constante das calhas para evitar entupimento com folhas.

Figura 5. Uso de árvores como sombreiro.

Aquisição dos reprodutores



Fêmeas


Como referência, as fêmeas devem apresentar um potencial para produzir acima de 11 (onze) leitões vivos por parto e serem, de preferência, oriundas do cruzamento entre as raças brancas Landrace e Large White, por serem mais prolíficas.

A reposição das fêmeas do plantel deve ficar entre 30% e 40% ao ano, variação esta que permite ao produtor manter um equilíbrio entre a imunidade e o ganho genético do rebanho. Animais de excelente desempenho reprodutivo podem e devem ser mantidos em produção por mais tempo, de forma a compensar a eliminação de fêmeas que se mostrarem improdutivas na fase inicial de reprodução.

Machos


Os machos devem apresentar um alto percentual de carne na carcaça e boa conversão alimentar, podendo ser de raça pura, sintética ou cruzado, de raça, raças ou linhas diferentes daquelas que deram origem às leitoas. O mercado brasileiro de reprodutores oferece uma variedade de genótipos, que vai desde puros da raça Duroc e Large White até cruzados Duroc x Pietrain, Duroc x Large White, Large White x Pietrain, etc e sintéticos envolvendo essas raças e outras como o Hampshire. A escolha deve sempre contemplar o mercado do produto final.

A reposição anual de machos deve ficar em torno de 80%, o que eqüivale a substituir os animais com idade aproximada de 2 anos.

Proporção entre machos e fêmeas no plantel


A proporção de machos e fêmeas (leitoas e porcas) no plantel é de 1/20, sendo indispensável dispor de no mínimo 2 machos na granja

Biossegurança

Refere-se ao conjunto de normas e procedimentos destinados a evitar a entrada de agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos e parasitas) no rebanho, bem como controlar sua disseminação entre os diferentes setores ou grupos de animais dentro do sistema de produção.

Isolamento


Do ponto de vista sanitário é indispensável que o sistema de produção esteja o mais isolado possível, principalmente de outros criatórios ou aglomerados de suínos, de maneira a evitar ao máximo a propagação de doenças.

Destino de animais mortos


Todo sistema de produção acumula carcaças de animais mortos e restos de placentas, abortos, umbigos e testículos que precisam ter um destino adequado, para evitar a transmissão de agentes patogênicos, a atração de outros animais, a proliferação de moscas, a contaminação ambiental e o mau cheiro, além de preservar a saúde pública. A quantidade destes resíduos depende do tamanho da criação e da sua taxa de mortalidade, portanto, deve ser estimada individualmente, para cada rebanho.
a incineração, que é sanitariamente adequado.

Limpeza e Desinfecção

A limpeza seca, com pá e vassoura na presença dos animais, deve ser feita diariamente .
Passos para realização da limpeza e desinfeção após a saída dos animais
• Iniciar a limpeza seca, com pá e vassoura, imediatamente após a retirada dos animais.
• Esvaziar as calhas ou fossas existentes.
• Desmontar e lavar todos os equipamentos.
• Iniciar a limpeza úmida no máximo 3 horas após a saída dos animais.
• Umedecer previamente a instalação com água contendo um detergente para facilitar a remoção de toda a matéria orgânica aderida nas paredes e pisos.
• Se possível fazer a limpeza úmida com lava jato de alta pressão (1000 a 2000 libras).
• Aplicar o desinfetante no dia seguinte ao da lavagem, com a instalação totalmente seca, usando cerca de 400ml da solução/m2 de superfície.
• Observar com cuidado a correta diluição do desinfetante, seguindo sempre a recomendação do fabricante.
• Desinfetar todas as superfícies e todos os equipamentos.
• Aguardar vazio sanitário mínimo de 5 dias.
• Montar os equipamentos e alojar os animais na sala limpa e desinfetada.





.Manejo da Produção

O manejo da produção compreende todo o processo reprodutivo e produtivo do sistema, devendo ser conduzido com toda a atenção, pois dele depende o atingimento de melhores índices produtivos e o retorno econômico da atividade.

Machos

Não permitir contato direto ou indireto do macho com as leitoas antes de completar 5 meses de idade;
Fornecer aos machos de 2 a 2,5 kg de ração de crescimento por dia, dependendo do seu estado corporal, até iniciarem a vida reprodutiva.
Passar por um período de adaptação de no mínimo 4 semanas antes de realizar a primeira cobrição;
Iniciar o treinamento do macho em coberturas aos 7 meses, levando-o várias vezes à baia de cobrição antes de fazer a primeira cobertura;
Utilizar uma fêmea que esteja com perfeito reflexo de imobilidade para fazer a primeira cobertura, observando uma igualdade no tamanho do macho e a fêmea;
Realizar a cobertura na baia de cobrição, com piso não escorregadio. Recomenda-se o uso de maravalha sobre o piso;
Supervisionar a monta. Retire a fêmea se a mesma for agressiva. Se o macho montar incorretamente, gentilmente coloque-o na posição correta;
Realizar no máximo 2 montas por semana (1 fêmea coberta) entre 7 e 9 meses de idade, no máximo 4 montas por semana (2 fêmeas cobertas ) entre 10 e 12 meses de idade e até 6 montas por semana com idade acima de 1 ano;
Conduzir com calma os machos e as fêmeas para a baia de cobrição, usando tábua de manejo e nenhum tipo de mau trato;
Fazer as cobrições sempre após o arraçoamento (alimentação) dos animais e nas horas mais frescas do dia, início e fim da jornada de trabalho;

Arraçoamento de cachaços adultos.
Arraçoamento diário Peso vivo dos cachaços (kg)
120 a 150 150 a 200 200 a 250 250 a 300
Quantidade fornecida (kg) 2,1 2,4 2,8 3,0

Procedimentos para a detecção do cio


É importante o estabelecer um procedimento padrão para a atividade de diagnóstico de cio, obedecendo uma rotina diária. O contato físico direto pela introdução do macho na baia das fêmeas, pelo menos durante 10 minutos a cada dia garante a melhor estimulação para detectar o estro e é útil para checar porcas que não exibem o reflexo de tolerância. Para fêmeas alojadas em gaiolas, a utilização de um cachaço em combinação com o teste da pressão lombar é o método mais acurado de identificação de fêmeas em estro. Idealmente o diagnóstico de cio deve ser realizado duas vezes ao dia com intervalo ótimo de 12 horas.
• Levar a fêmea na presença do macho (baia) ou colocá-la frente a frente com o cachaço (em gaiolas); só colocar para cruzar, após detecção do cio.
• Utilizar um cachaço com idade acima de 10 meses. Também é aconselhável a prática do rodízio de cachaços para e detecção de cio;
• Iniciar a tarefa de detecção de cio cerca de uma hora após a alimentação. Se ao invés de baias, a granja alojar as fêmeas em gaiolas individuais, um intenso contato "cabeça com cabeça" passando o macho pelo corredor obterá bons resultados.
• Realizar o teste de pressão lombar imediatamente após mostrar o cachaço para a porca.
• Gentilmente massagear o flanco e pressionar (com as mãos ou cavalgando) as costas da fêmea. A fêmea em cio para rigidamente, treme as orelhas e mostra interesse pelo macho;
Evitar movimentos rudes ou bruscos. O teste é menos efetivo se a fêmea tiver medo do tratador; procurar alongar a exposição do cachaço quando estiver checando cio em leitoas, uma vez que as mesmas tendem a ser mais nervosas e inquietas. Caso o cio estiver sendo checado em uma baia, não utilizar um cachaço muito agressivo; Após detectar o cio deve-se respeitar um período mínimo para realizar a monta natural ou inseminar. O reflexo de imobilidade normalmente é apresentado em períodos de 8-12 minutos, seguido por períodos refratários de uma hora ou mais, devido a fadiga provocada pelas contrações musculares.
Pré-Cobrição em Leitoas


• A maturidade sexual das leitoas ocorre entre 5,5 a 6,5 meses de idade (mais tarde em Fêmeas “caipiras”), recomenda-se iniciar o diagnóstico do cio, uma vez ao dia, a partir do segundo dia da chegada das leitoas;
• Evitar que as fêmeas se acostumem com a exposição ao macho por excesso de contato, isto dificulta a estimulação da puberdade e a detecção do cio. Alojar os cachaços de forma que as fêmeas desmamadas e leitoas em idade de cobrição possam vê-los e sentirem seu cheiro. Períodos de exposição direta de 10 a 20 minutos pelo menos uma vez são ao dia, são suficientes;
• Para iniciar o estímulo da puberdade deve-se utilizar um cachaço com bom apetite sexual, acima de 10 meses de idade, dócil e não muito pesado. Fazer o rodízio de cachaços para o estimulo e detecção de cio;
• Abrir uma ficha de anotações e controle de cio para cada lote de fêmeas;
• Se a leitoa entrar em cio e não apresentar idade ou peso para cobrir, mantenha o registro para utilização desta leitoa dentro de 21 dias;
• Fornecer diariamente às leitoas 2,5 kg de ração de crescimento até duas semanas antes da cobrição. A ração diária deve ser em duas refeições, pela manhã e à tarde;
• Realizar a 1ª cobrição no 2° ou 3º cio, com idade mínima de 7 meses e 130 kg de peso;


Pré-Cobrição em Porcas


• Período ótimo de duração da lactação é de 21-23 dias (período maior em suínos “caipiras”), Em regra geral as porcas retornam ao cio 4 ou 5 dias após o desmame e se não ficarem cobertas voltarão a repetir o cio aos 21 dias.
• Agrupar as porcas desmamadas em lotes de 5 a 10 animais, em baias de pré cobrição, localizadas próximas às dos machos;
• Agrupar as porcas por tamanho, seguido de banho com água para reduzir o estresse e as agressões. Manter um espaço ideal de 3 m2 por porca;
• Fornecer ração de lactação às porcas, à vontade ou pelo menos 3 kg/dia, do desmame até a cobrição;
• Estimular e observar o cio das porcas no mínimo duas vezes ao dia, com intervalo mínimo de 8 horas, colocando-as em contato direto com o macho a partir do segundo dia após o desmame.
Cobrição

A duração controlada de uma monta varia de 5 à 10 minutos. Qualquer cobertura que demorar menos de 3 minutos deve ser considerada uma cobertura duvidosa. É conveniente a adequação do tamanho da porca ao cachaço. A fêmea deve estar perfeitamente em cio (imóvel), com a vulva higienizada. O cachaço não deve apresentar problemas de aprumos.
A baia de cobertura não deve ter cantos e nem pontos que possam causar lesões nos animais. O piso não pode ser escorregadio, sendo recomendado o uso de maravalha. A limpeza da baia deve ser diária e a desinfecção realizada semanalmente.
• Adotar duas montas por porca. Manter intervalo de 24 horas entre montas.
Protocolo de cobrição para monta natural


Observando-se a detecção de cio com o auxílio do cachaço, duas vezes ao dia, a prática de monta natural com duas cobrições é recomendada dentro das seguintes condições:
• Porcas com intervalo desmama-cio com 5 ou mais dias e Leitoas:
Realizar a primeira cobrição no momento em que a porca ou leitoa inicia a aceitação do cachaço. A segunda cobrição deverá ser no máximo 24 horas após.
• Porcas com intervalo desmama-cio até 4 dias:
Realizar a primeira cobrição 12 horas após ter demonstrado imobilidade ao cachaço. A segunda cobrição deverá ser feita 24 horas após a primeira.

Maternidade


• Fazer a transferência das porcas para a maternidade sete dias antes do parto previsto. Conduzir os animais com calma e sem estresse, sempre com o auxilio de corredores e da tábua de manejo. Transferir as fêmeas nas horas quentes do dia durante o inverno e nas horas frescas do dia no verão;
• Privar as porcas de ração no dia do parto, mantendo somente água a sua disposição (15-20 litros/dia). Acompanhar o parto dando toda a atenção possível à porca e aos recém nascidos. O objetivo no manejo alimentar é evitar a constipação e conservar os aportes de energia; Evitar interferência no parto a não ser nos seguintes casos: a)- Porcas sem contração: aplicar ocitocina e massagear o aparelho mamário; b)- Porcas com contração, sem iniciar o nascimento após 20 minutos, usar mão enluvada para tentar a retirada dos leitões.
• Manter, para cada porca, uma ficha individual de anotações relativas ao parto e aos leitões, e em especial as medicações individuais ou coletivas.
• As porcas em lactação devem receber ração à vontade. Nos períodos quentes deve-se fornecer ração molhada, distribuída várias vezes ao dia, para estimular o consumo. Nestes períodos também é muito importante o fornecimento de ração à noite (esta pode ser seca), pois nas horas mais frescas o consumo é maior.

Características ideais da Maternidade


• Cela parideira com barra de proteção, para evitar esmagamentos;
• Piso com capacidade isolante para evitar perda de calor por contato pelo leitão;
• Piso confortável para a porca e leitões evitando lesões de casco e articulações;
• Limpeza diária com retirada dos excrementos no mínimo uma vez pela manhã e outra pela tarde.
Cuidados com os leitões ao nascer


Antes de iniciar o trabalho de parto é necessário ter a disposição os seguintes equipamentos, materiais e medicamentos:
• Papel toalha ou panos limpos e desinfetados;
• Barbante em solução desinfetante a base de iodo (iodo 5 a 7% ou iodo glicerinado);
• Frasco de iodo glicerinado para desinfeção do umbigo;
• Seringa e agulha;
• Aparelho de desgaste ou alicate para corte de dentes;
• Tesoura para corte do umbigo;
• Rolo de esparadrapo largo;
• Luvas descartáveis;
• Dispositivo para contenção dos leitões;
• Medicamentos (ocitocina, e antibiótico);
• Balde plástico para lixo (papel toalha e outros);
• Balde plástico para receber a placenta os leitões mortos e os mumificados.
Na medida em que os leitões forem nascendo, adotar os seguintes procedimentos:
• Limpar e secar as narinas e a boca dos leitões; massagear os leitões na região lombar, amarrar o umbigo no comprimento de 4-5 cm, cortar 1 cm abaixo da amarração e desinfetar com iodo glicerinado;
• Orientar os leitões nas mamadas dando atenção especial para os menores que devem ser colocados nas tetas dianteiras;
• Práticas dolorosas como o corte dos dentes e cauda dos leitões não devem ser realizadas durante a parição, mas após sua finalização.
Medidas para evitar perdas na maternidade

• Assegurar um local quente (26º a 32ºC) e seco para os leitões, evitando o choque térmico do leitão e a conseqüente hipotermia dos recém nascidos;
• Habilidade para fazer o remanejo de leitões logo ao nascer, inclusive estimulando os leitões menores a consumir o colostro;
• Estimular o consumo de ração para as porcas com grandes leitegadas;
• Obter parições eficientes diminuindo o número de natimortos e melhorando a viabilidade dos recém nascidos (uma parição normal dura em geral 2h 30m);
• Cuidado especial deverá ser dado para as porcas velhas, pois tendem a ter maiores problemas com parições muito longas (acima de 4h). Prever uma supervisão intensiva do parto;
• Estimular mamadas regulares e suficientes;
• Cuidado com esmagamentos.
Prevenção da agalaxia (falta de leite)

• Observar a falta de apetite e empedramento do úbere;
• Observar o comportamento de leitões (inquietos e com perda de peso);
• Observar atentamente os corrimentos vaginais da porca, pela manhã e pela tarde durante 48h, através da abertura dos lábios vulvares;

Castração dos leitões


Os leitões devem ser castrados antes de completar os 25 dias de idade, seguindo os passos abaixo
• Preparar o bisturi, fio e desinfetante a base de iodo em um balde.
• Fechar os leitões no escamoteador para facilitar a captura dos mesmos.
• Castração de leitões normais:
a) Um auxiliar segura o leitão na tábua de castração ou o leitão é imobilizado usando equipamento apropriado;
b) Desinfetar a região do escroto com pano embebido no desinfetante:
c) Realizar a castração fazendo um ou dois cortes sobre os testículos e retira-los por tração;
d) Desinfetar novamente o local da incisão e liberar o leitão.




Descarte de Fêmeas


• Evitar o acúmulo de porcas muito velhas na granja, mantendo sempre a recomendação de reposição anual de 30 a 40%;
• As porcas que apresentarem qualquer um dos problemas abaixo relacionados devem ser descartadas:
- Não retornarem ao cio até 15 dias após o desmame;
- Com danos severos nos aprumos;
- Com falha de fecundação;
- Com duas repetições seguidas de cio;
- Que apresentaram dificuldades no parto;
- Qualquer ocorrência de doença;
- Com baixa produtividade;
- Com problemas de Metrite, Mastite e Agalaxia (MMA);
- Que apresentaram aborto ou falsa gestação.

Creche


A saída da maternidade para a creche representa um choque para os leitões, pois deixam a companhia da porca e, em substituição ao leite materno, passam a se alimentar exclusivamente de ração. Por essa razão, os cuidados dedicados aos leitões, principalmente nos primeiros dias de creche, são importantes para evitar perdas e queda no desempenho, em função de problemas alimentares e ambientais que, via de regra, resultam na ocorrência de diarréias.
• Alojar os leitões na creche no dia do desmame, formando grupos de acordo com a idade e o sexo.
• Fornecer suficiente espaço para os leitões, considerando o tipo de baia.

• Fornecer à vontade aos leitões, ração pré-inicial 2 do desmame até os 42 dias e ração inicial até a saída da creche, com peso médio mínimo dos leitões de 20 kg.
• Fornecer ração diariamente, não deixando nos comedouros ração úmida, velha ou estragada.
• O consumo diário de ração por leitão entre 5 e 10 kg de peso vivo é, em média, de 460 gramas Entre 10 e 20 kg de peso vivo deve ser estimulado o consumo de ração que em média é de 950 gramas por animal ao dia.
• No caso de eventuais surtos de diarréia ou doença do edema, retirar imediatamente a ração do comedouro e iniciar um programa de fornecimento gradual de ração até controlar o problema.
• Dispor de bebedouros de fácil acesso para os leitões, com altura, vazão e pressão corretamente regulados.
• Vacinar os leitões na saída da creche de acordo com a recomendação do programa.
• Monitorar cada sala de creche pelo menos 3 vezes pela manhã e 3 vezes pela tarde para observar as condições dos leitões, bebedouros, comedouros, ração e temperatura ambiente.
• Limpar as salas de creche, diariamente, com pá e vassoura.
• Lavar as salas de creche com baias suspensas, esguichando água, com lava jato de alta pressão e baixa vazão, no mínimo a cada 3 dias no inverno e a cada 2 dias nas demais estações do ano.
• Implementar ações corretivas com a maior brevidade possível quando for constatada qualquer irregularidade, especialmente problemas sanitários.
• Pesar e transferir para as baias de crescimento os leitões com idade entre 56 e 63 dias.



Crescimento e terminação


São as fases menos preocupantes dos suínos, desde que ao iniciarem as mesmas apresentem um peso compatível com a idade e boas condições sanitárias. Assim sendo, pode-se dizer que o sucesso nessas fases depende de um bom desempenho na maternidade e na creche.
• Manejar as salas de crescimento e terminação segundo o sistema "todos dentro todos fora", ou seja, entrada e saída de lotes fechados de leitões.
• Alojar os leitões nas baias de crescimento e terminação no dia da saída da creche, mantendo os mesmos grupos formados na creche ou refazer os lotes por tamanho e sexo.
• Fornecer aos animais à vontade, ração de crescimento até os 50 kg de peso vivo e ração de terminação até o abate.
• Dispor de bebedouros de fácil acesso para os animais, com altura, vazão e pressão corretamente regulados.
• Monitorar cada sala de crescimento e terminação pelo menos 2 vezes pela manhã e 2 vezes pela tarde para observar as condições dos animais, bebedouros, comedouros, ração e temperatura ambiente.
• Limpar as baias de crescimento e terminação diariamente com pá e vassoura.
• Esvaziar e lavar semanalmente as calhas coletoras de dejetos, mantendo no fundo das mesmas, após a lavagem, uma lâmina de 5 cm de água, de preferência reciclada.
• Implementar ações corretivas com a maior brevidade possível quando for constatada qualquer irregularidade, especialmente problemas sanitários.
• Fazer a venda dos animais para o abate por lote, de acordo com o peso exigido pelo mercado.
• Não deixar eventuais animais refugo nas instalações.



NUMERAÇÃO DE ANIMAIS: SISTEMA AUSTRALIANO


A marcação de suínos pelo sistema "australiano" é feita mediante mossas aplicadas nas orelhas. Cada mossa tem um valor convencional. Além das mossas são usados furos que representam os números 400 e 800 como mostram os clichês ao lado. Com o sistema australiano podem ser aplicados os números de 1 a 1.599 da seguinte forma:

ORELHA DIREITA:
Cada pique embaixo da orelha corresponde a 1, em cima a 3, na ponta 100 e no centro 400.
ORELHA ESQUERDA:
Cada pique embaixo da orelha significa 10, em cima 30, na ponta 200 e no centro 800. A marcação deve ser feita ao nascer ou no máximo quando os leitõezinhos tiverem 15 dias.
OBSERVAÇÃO:
Os piques podem ser usados na seguinte freqüência (máxima): - 100 - 200 - 400 - 800 SÓ 1 VEZ e 10 2 vezes , 3 e 30 --3 vezes

SAIBA MAIS SOBRE A GRIPE H1N1

“GRIPE H1N1”

O DIÁRIO MS, entrevista um de nossos consultores, Dr Vili Schulz, médico veterinário , formado pela UNOESTE – Universidade do Oeste Paulista – estado de São Paulo.
DIÁRIO MS : Esta gripe do momento de aparecimento no méxico, ficou muita conhecida como “gripe dos suinos”, porque ?
VILI : Porque é uma doença respiratória que atinge suínos e que acometem humanos causada pelo vírus influenza tipo A, que tem diversas variantes. Algumas das mais conhecidas são a H1N1, a H2N2 e a H3N2. Surtos da enfermidade é muito comum entre suínos, mas raramente causam mortes nos animais. A “gripe dos suínos”, erroneamente chamada de aparecimento no México, tem alta incidência e baixa mortalidade ( 1 a 4 %).
A gripe tende a se propagar mais durante o outono e o inverno, mas são registrados casos durante o ano inteiro.
DIÁRIO MS: É freqüente o aparecimento desta patologia?
VILI: Ela teve 3 aparecimentos anteriores, com nomes diferentes: em 1918 o subtipo H1N1 tivemos a conhecida “gripe espanhola”, com 20-50 milhões de vítimas. Em 1957 o subtipo H1N2, conhecido como gripe asiática, totalizou 1 milhão de vítimas e em 1968 o subtipo H3N2 causou 700 mil mortes, ficando conhecida como “ gripe de Hong Kong”.
DIÁRIO MS: Os humanos podem contrair a gripe suína?

VILI : Não é comum, tanto é que no México não se afirmou que esta doença foi contraída de suínos, mas eventualmente pode sim, através do contato com suínos contaminados adquirir esta patologia.

DIÁRIO MS: Como ocorre esta contaminação?
VILI: A contaminação ocorre da mesma forma que a gripe comum, pela inalação de partículas que possuam o vírus ( tosses e espirros ).
DIÁRIO MS: Esta doença no México é um novo tipo de gripe suína?
VILI: A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou que alguns dos casos registrados na quinzena anterior são formas não conhecidas da variedade H1N1do vírus Influenza A. Ele é geneticamente diferente do vírus H1N1 que vem atacando humanos nos últimos anos e contém DNA associado aos vírus que causam as gripes aviária, suína e humana, incluindo elementos de viroses europeias e asiáticas.
DIÁRIO MS: O quanto as pessoas devem se preocupar?
VILI: A OMS afirma que ainda é muito cedo para lidar com a situação como se ela fosse o início de uma pandemia. Entretanto, o risco existe e a evolução dos casos está sendo acompanhada de perto por especialistas.
DIÁRIO MS: Muito se falou em PANDEMIA, o que é PANDEMIA?
VILI: Na verdade gostaria de explicar desde o início, diferenciando algumas definições:
1- EPIDEMIA- Surto rápido de doença em pessoas numa determinada região.
2- ENDEMIA: Surto de uma doença em um país.
3-PANDEMIA: surto de doença á nível de continente ou á nível mundial ( mais de um país ).
DIÁRIO MS: Este tipo de gripe tem cura em humanos ?
VILI: Na grande maioria dos países existem medicamentos antivirais eficazes, e quanto mais rápido o tratamento, maior o sucesso.
DIÁRIO MS: Existem vacinas para esta patologia?
VILI: Em casos de suínos, existe vacinas para esta influenza, e no caso de humanos, no momento não há vacinas e sua fabricação demora no mínimo 6 meses, e o pior de tudo é que em cada replicação do vírus, ocorre uma alteração no seu código genético, diminuindo acentuadamente a eficácia da vacina.
DIÁRIO : Devemos restringir o consumo de carne suína?
VILI: De maneira alguma. Não há contaminação de carne suína e seus derivados, e mesmo que houvesse esta possibilidade, o vírus é destruído em temperaturas acima de 70 graus Celsius.
DIÁRIO MS: Como o suinocultor deve se precaver?
VILI: A prevenção não serve somente para esta, mas como para outras patologias, utilizando normas que chamamos de BIOSEGURANÇA, enfatizando a proteção de seus animais e funcionários, monitorando todas as pessoas que têm acesso à sua granja, levando em consideração as seguintes práticas:
1-Estabelecer e impor políticas rígidas de licença de saúde para funcionários que apresentem sintomas semelhantes à gripe, como febre, tosse, dores no corpo e, às vezes, vômitos e diarréia, encaminhando imediatamente a um médico, e obrigando ao mesmo informar na consulta o contato com animais.
2-Evitar que funcionários com estes sintomas entrem na granja por pelo menos sete dias depois de apresentar sintomas de doença respiratória, mesmo que leves.
3-Solicitar que os funcionários relatem se membros de sua família apresentarem sintomas de gripe.
4-Não importar animais de áreas afetadas, e proibir visitas e ou contatos com pessoas que estiveram na região de foco.
5- Praticar normas de higienização rotineiras na propriedade ( pedilúvio, tomar banhos para adentrar na granja, lavar as mãos antes a após contatos com animais, etc).
6- Sempre que acontecer de estar em alguma região epidêmica, utilizar mascaras.
O Médico Veterinário Vili Schulz finaliza deixando despreocupados a nossa região, mas ficar sempre “em alerta”, e o nome “gripe suína” é um apelido dado ao acontecimento no México, onde deveria ser chamada de “gripe mexicana”ou “gripe dos humanos”, tanto é que nos últimos noticiários de televisão, é tratada como “GRIPE TIPO A” evitando desta maneira a provável diminuição do consumo da carne de suínos no mundo, o qual não tem nada haver, acarretando prejuízos econômicos imensuráveis, até mesmo para nós do Mato Grosso do Sul, que somos grandes exportadores de carne suína.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

CURTIMENTO DA PELE DE COELHO

CURTIMENTO DE PELE DE COELHO:

20 gramas pedra hume
30 gramas de sal
l litro de água
4 ml formol
pele aberta sem resíduos de sangue

Primeiro dissolva o hume, sal na água, em uma bacia de plástico (para não dar reação química). Depois coloque a pele e deixe por 3 dias (movimente a pele periodicamente). Depois trabalhe a peça de couro retirando cuidadosamente a membrana hipoderme que fica sobre a pele. Depois volte a pele para solução de curtimento por mais 24 h. Retire a pele e deixe secar na sombra. Depois de quase seca ( 90%), faça movimentos em vários sentidos sobre um cabo de vassoura, isso deixa a pele bem flexível. Depois de amaciada, escove a pele para retirada dos pelos soltos. Passe talco sem cheiro para retirada do restante da umidade, e a pele estará pronta.

CRIAÇÃO DE COELHOS

Classificação Zoológica
Classificação filogenética: o coelho é um mamífero espécie Oryctolagus cuniculus.
A coelha é um animal que possuí um ciclo reprodutivo bem curto podendo cruzar novamente 4 dias após o parto. Todavia, este parto não deve ser utilizado, pois causará deficiências aos fetos que estão sendo gerados, assim como, aos filhotes que estão sendo amamentados concomitantemente. Podemos re-acasalar os reprodutores somente após o desmame dos filhotes, o que não deve acontecer antes que a ninhada tenha completado pelo menos 25 dias de idade. A gestação da coelha dura aproximadamente 30 dias, podendo parir, em média, 8 láparos (filhote do coelho até o desmame) por parto. Estas características são as responsáveis pela fama do coelho ser um animal extremamente prolífero. Outro fato que chama grande atenção para esta espécie é a sua grande capacidade de crescimento, atingindo o peso para o abate em aproximadamente 70 a 90 dias.
A carne deste animal apresenta um alto valor nutritivo quando comparada com a de outras espécies exploradas zootecnicamente. A carne de coelho apresenta um alto teor de proteínas e um baixo teor de gorduras.
% proteína % gordura
coelho 20,8 10,2
frango 20,0 11,0
boi 16,3 28,0
porco 11,9 45,0




O coelho apresenta outra grande vantagem, este animal pode ser explorado com a venda de sua pele, patas, cérebro, esterco, além de poder ser comercializado como animal de estimação.



Alimentação
Os coelhos são herbívoros e, por isso, se alimentam de vegetais como as forrageiras, (gramíneas e leguminosas) que podem ser: alfafa,... e outros vegetais como, folhas de goiabeira e bananeira. Além dos verdes (couve, cenouras), devemos fornecer-lhes também uma ração balanceada, com 15 % de proteína bruta, comendo o verde e a ração de maneira equilibrada.


Comedouros
Devem ser de fácil limpeza, feitos de materiais resistentes à ferrugem; com bordas dobradas para dentro a evitar que se espalhem os alimentos; posicionados de forma a não contaminar os alimentos com os dejetos; de tamanho que não permita que o animal entre nele; deve ser prático, permitindo o manuseio do lado de fora da gaiola e se possível automatizado.

Bebedouros
Comumente são utilizados os tipo vaso ou tipo "chupeta" (automático), pois evitam que os animais se banhem ou contaminem a água.
REPRODUÇÃO
Devemos colocar cada fêmea adulta em uma gaiola de reprodução, da qual só sai para ir à gaiola do macho acasalar. Os animais, tanto machos e fêmeas, estarão prontos para a reprodução aos 6 meses, em média.

Acasalamento natural
É onde se pega a fêmea com todo o cuidado e levamos à gaiola do macho. Este, a procura logo, montando-a. Devemos verificar se houve o acasalamento, o que notamos quando o macho, após uma série de movimentos de vai-e-vem, dá um salto para frente e, em geral, cai para um dos lados. Basta uma só cobertura, mas não há inconveniente que se realize uma logo após a primeira. Retiramos imediatamente a fêmea e levamos para a sua gaiola.

Acasalamento confinado
Este método não deve ser utilizado em criações comerciais, uma vez que não permite acompanhamento dos índices zootécnicos.
Coloca-se varias fêmeas na gaiola do macho por um dia, podendo-se identificar a prenhez após 15 dias através de apalpação.


Gestação - parto
Aconselha-se a apalpação após 15 dias da cobertura para se ter certeza da prenhez. 27 dias após o primeiro acasalamento colocamos um ninho dentro da gaiola, para que a fêmea tenha ali os seus filhotes. Pode ser um simples caixote de 50x30cm, e de preferência, com uma tampa. Sua parte da frente deve ser aberta, tendo apenas um parapeito de 15cm de altura para evitar que os láparos consigam sair dele, nos primeiros dias. O ninho deve ter uma camada de palha ou capim bem seco e cortado em pedaços de 10cm a 15cm no máximo, para evitar que os coelhinhos fiquem debaixo dele e não possam sair para mamar, morrendo de fome.
O parto ocorre 30 dias após o acasalamento. Na véspera ou no dia do parto, a coelha arranca os pêlos do peito e da barriga para agasalhar os filhotes e descobrir as mamas. Quando notarmos que o ninho está coberto por uma camada de pêlos e a coelha está calma é sinal de que o parto já terminou. Normalmente, ele ocorre à noite; Assim sendo, no dia seguinte pela manha, com as mãos lavadas apenas com água (nada de sabão, sabonete ou desinfetante) e com cuidado, afastamos os pêlos e em baixo dele encontramos os filhotes pelados e de olhos fechados, todos juntos. Devemos contá-los, retirar algum morto, raquítico ou deixando com a fêmea somente 8 láparos, porque ela tem 10 mamas, e as 2 peitorais, em geral, dão pouco leite. Os excedentes devem ser passados para outras coelhas que tenham ninhadas menores e da mesma idade .
O Médico veterinário Vili Schulz, orienta ainda aos criadores, para não deixar outros animais por perto, principalmente nos dias de parto, nem visitas de pessoas estranhas, pois a defesa da fêmea, muitas vezes é o sacrifício da prole.

Os láparos
Com 4 dias já possuem pêlos e com 12 abrem olhos; com 15 a 20 dias já saem do ninho e começam a comer mesma comida que a coelha. O ninho deve ser retirado no máximo, quando atingem 20 dias. As coelhas são boas criadeiras e, por isso, não devemos interferir, exceto quando os láparos começam a "chorar" dentro do ninho, o que significa que estão com fome, que a coelha não tem leite, tem pouco leite ou, então, por que abandonou o ninho. O fato de não vermos a coelha amamentar filhos, não significa que ela não o faça, pois as mamadas são ao anoitecer e pela madrugada.

Desmama
Deve ser feita com 35 dias, sendo os láparos separados da mãe. São, então, separados por sexo, e colocados em lotes de 6 em cada gaiola. As fêmeas podem permanecer até à época da reprodução, enquanto que os machos devem separados, individualmente, aos 4 meses, porque começam a brigar e suas brigas podem terminar em morte ou em castrações de uns pelos outros. Para que os machos possam permanecer juntos, após essa idade, devemos castrá-los.

Os coelhos machos e fêmeas estarão prontos para a reprodução a partir dos 5 meses de idade, lembrando-se que estes devem ser separados logo depois do acasalamento, afim de evitar brigas.
Manejo
O melhor é o uso de gaiolas de arame galvanizado, especiais para coelhos.

Essas gaiolas podem medir 80x60x45cm ou 60x60x45cm de altura e devem ser penduradas ou dispostas em pequenos galpões ou meias-águas ou galpões telados lateralmente, permitindo uma boa aeração (mas evitando os ventos que são nocivos), impedindo a entrada de animais estranhos à criação, a uma altura de 80cm do solo. Podemos cimentar ou não o piso, mas deixar sob as gaiolas, uma valeta de terra de 30/40cm de profundidade para que permaneça permeável à água. Nela cairão os detritos que devem ser retirados periodicamente e que podem ser aproveitados como esterco para plantas ou como substrato para a produção de húmus e minhocas. Dentro dessa valeta, podemos colocar uma camada de pedra britada, uma camada de carvão vegetal, e em cima uma camada de areia lavada.
A água deve ser fornecida à vontade através de bebedouros automáticos ou em bebedouros tipo vaso, já a ração deve ser fornecida de maneira controlada, com a utilização de comedouros semi-automáticos ou comedouros tipo vaso.

Posicionamento das gaiolas
- Individuais: colocadas em um só plano (andar), facilitam a inspeção, podem ser fixadas nas paredes, por outro lado, não se aproveita bem o espaço vertical do galpão.

- Sistema de Baterias: as instaladas em vários andares superpostas, aproveitando o espaço vertical. Não dever ter mais de três andares, sendo que as gaiolas devem possuir coletores, em declive, de dejetos dos animais.

- Sistema Californiano: as gaiolas são instaladas em andares, sendo que uma fica sobre as outras, em níveis diferentes.
OBS. Atualmente o único modelo utilizado é o individual, onde todas as gaiolas estão jno mesmo plano. Isto facilita a higienização e diminui a incidência de doenças entre os animais, além de facilitar a mão-de-obra.

Temperatura e Umidade
Para o bem estar dos animais seria bom que a temperatura interna do galpão se mantivessem estáveis, sem variações bruscas, para tal pode se fazer uso de isolantes térmicos, como isopor, vermiculite, etc. Um sistema de ventilação, seja natural ou forçada pode colaborar para a mantença de temperatura ideal, através de exaustores, ventiladores ou injetores de ar, sempre preservando baixo nível de ruído, pois o barulho estressa os animais.
A umidade deve ser alta, mas a temperatura não. O ideal seria uma temperatura entre 18 e 22 ºC e umidade de 70%.
Construções de madeiras, deve-se usar telhas de barro. Caso seja usada telha de amianto, forrar com isopor.
Cuidados
O principais cuidado é o sanitário, mantendo as instalações limpas, troca da água diariamente. 2 vezes ao ano usar vermífugos. Outras observações devem ser levadas em considerações, como manter altura de 80 cm do chão, sombra, no caso de usar telhas de amianto, forrar com isopor , e construçãodas instalações no sentido leste oeste.
Para a desinfecção dos galpões, principalmente do piso, utiliza-se a cal virgem (calhação), água sanitária, iodo, etc.
O Abate
O animal deve ser abatido com aproximadamente 70 dias. É aconselhável deixar o coelho 12 horas em jejum antes do abate.
Pele
Para retirada da pele, suspendemos o coelho pelas patas, de cabeça para baixo e cortamos sua cabeça, o que permite uma boa sangria, melhorando o aspecto e a qualidade da carne. Com uma faca bem afiada, fazemos um corte na pele, circundando as pernas traseiras, entre o pé e a perna. Depois, começando neste corte e pela parte interna das patas, fazemos um corte até a região anal, circundando os órgãos ano-genitais. (excluir: A mesma coisa é feita na outra perna). A seguir, com os dedos, vamos descolando a pele, que sai inteira, pela cabeça, como um suéter. Quando chegar às patas dianteiras, fazemos um corte circular, desprendendo a pele totalmente, saindo ela fechada, em forma de luva ou bolsa.

Evisceração
Para limpar o coelho, extraindo suas vísceras, fazemos um corte pela linha mediana, indo desde o pescoço até o ânus. Aberto o tórax e a barriga, deles retiramos todas as vísceras deixando a carcaça limpa, a qual deve ser lavada em água fria e colocada na geladeira ou câmara de refrigeração. É preciso cuidar para não perfurar os intestinos, estômago ou a vesícula biliar para que não haja prejuízo à qualidade da carcaça.
Cortes mais usados
O coelho pode ser preparado inteiro ou em pedaços. Neste caso, pode ser dividido em 9 partes: patas dianteiras, patas traseiras, coxas e lombo dividido em 3 partes.
Raças
Embora existam muitas raças, separa-se conforme o objetivo da criação: carne, pele, lã ou filhotes (pet).
Características das principais raças:


NOVA ZELÂNDIA BRANCO
• Padrão da Raça
País de origem: USA - raça média para carne
Idade adulto: 5 meses
Peso mínimo: 4 kg
Peso ideal: 4,5 kg
Peso máximo: 5 kg
CONFORMAÇÃO:
Cabeça: De tamanho regular em proporção ao corpo. O macho apresenta perfil arredondado e a fêmea perfil afilado. Pescoço praticamente invisível.
Olhos: São despigmentados (róseos).Orelhas: Tamanho pequeno em proporção ao corpo, carnuda, comprimento máximo de 12,5 cm. Quanto mais curtas melhor. O formato é arredondado.
Tronco: Cilíndrico, lombo bem desenvolvido.
Quarto posterior: Forma arredondada, musculatura bem desenvolvida, sem depressões.
Cauda: Inserção vertical, colocada ao quarto posterior.
Membros: Bem aprumados, bem proporcionados, sendo mais fortes no macho.
Unhas: Brancas (despigmentadas).
Coloração da pele: Branco puro.



• BORBOLETA
• Padrão da Raça
País de origem: França - Standard desde 1890.
Idade adulto:
Peso mínimo: 5,5 kg
Peso ideal:
Peso máximo: machos 6,5kg / fêmeas 7kg
CONFORMAÇÃO:
Tipo: Tamanho grande, robusto e bem proporcionado.
Cabeça: Maior e mais larga no macho.
Olhos: Um anel colorido circulando os olhos. Abertos, vivos, de cor negra ou castanha conforme pelagem.
• Orelhas: Inteiramente coloridas. Robustas, largas e peludas, retas e ligeiramente afastadas nas extremidades, comprimento 17 cm e deve ser proporcional ao corpo. Comprimento mínimo 62 cm - ideal 66 cm.
Papada: Nula no macho e bem desenvolvida na fêmea.
Nuca: Bastante forte, peito largo, musculoso e bem equilibrado.
Espáduas e pernas anteriores: Bem musculosas.
Dorso: Uma linha colorida que começa na altura da orelha e termina na cauda. É ligeiramente convexa e termina por uma garupa cheia.
Lombo: Bem cheios e cochas bem carnudas.
Patas: Bastante fortes e desenvolvidas. As dianteiras pousando ligeiramente no solo enquanto as traseiras devem estar bem apoiadas no mesmo.
Cor: O forro é branco.
Unhas: Não pigmentadas, marcas coloridas.
Marcando nariz: É formado por 3 manchas - uma de cada lado do focinho e uma sobre o nariz, que junta às outras, dando ao conjunto, a forma de uma borboleta (o queixo é colorido).
Bochechas: Duas marcas em forma de pinta que se destacam um pouco abaixo dos olhos.
Flanco: Quarto traseiro é coberto de numerosas manchas coloridas.


CHINCHILA
• Padrão da Raça
País de origem: Alemanha - raça média para carne e pele.
Idade adulto: 5 meses
Peso mínimo: 4 kg
Peso ideal: 4,5 kg
Peso máximo: 5 kg
CONFORMAÇÃO:
Cabeça: De tamanho regular em proporção ao corpo. O macho apresenta perfil arredondado e a fêmea, perfil afilado.
Olhos: De coloração castanha, dando-se a preferência ao castanho escuro.
• Orelhas: Tamanho médio em proporção ao corpo apresentando, na porção terminal do borde anterior, uma ligeira depressão. Comprimento de 12 cm.
• Tronco: Cilíndrico, comprimento e o lombo bem desenvolvido.
Quarto superior: De forma arredondada, com musculatura bem desenvolvida.
Cauda: Inserção vertical, colocada ao quarto posterior.
Membros: Bem aprumados, bem proporcionados, sendo mais fortes no macho.
Unhas: De coloração escura.
Coloração da pele: O pelo é constituído de três cores: base cinzenta, médio branca e a ponta preta, que dá a impressão de um conjunto cinzento, mais claro ou mais escuro. As orelhas apresentam bordas de coloração preta. Ao redor dos olhos, os flancos, ventre, parte inferior da cauda, cor cinza mais clara. A parte superior da cauda é preta.
Nunca apresenta uma cunha nítida, de coloração cinza clara, curta de preferência, não devendo ultrapassar as espátulas.





GIGANTE DE BOUSCAT

• Padrão da Raça

• País de origem: França
Idade adulto: 5 meses
Peso mínimo: 5 kg
Peso ideal:
Peso máximo: 7 kg
CONFORMAÇÃO:
Cabeça: Nos machos bem desenvolvidas sempre em harmonia com a proporção do corpo do animal, nas fêmeas, mais afiladas, com a delicadeza dos traços (características das fêmeas).
• Olhos: Completamente despigmentados (mais brilhantes), próprios dos albinos, apresentam a íris cor-de-rosa.Orelhas: São robustas, aveludas, bem plantadas e em forma de V. Na parte mediana, larga em forma colher, a ponta arredondada, mínimo de 15 cm, proporcional a um animal de 7 kg de bom comprimento, deverão ter de 18 a 19 cm.
Tronco: Robusto, elegante, musculoso, comprido e firme.
Quarto posterior: Com ossatura leve para um gigante, envolvido por camada de pele e músculos.
Cauda: Inserção vertical.
Papada: Nula nos machos e desenvolvida nas fêmeas.
Membros: Bem desenvolvidos, com aprumo e robustos.
Unhas: Brancas de tamanho proporcional.
Cor do pêlo: Branco-neve.
Pelagem: Densa, pelo fino, delicado e lustroso, deve voltar rapidamente a posição normal quando tocado ao contrário.

Principais índices zootécnicos

especificação unidade esperado
idade 1º cobert. Fêmea meses 5 a 6
idade 1º cobert. Macho meses 6 a 7
partos/ano nº 5
láparos / parto cabeça 8
láparos / desmamados cabeça 6
idade desmama dias 20 a 35
1° cobertura pós parto dias 25 a 50
idade ao abate dias 70 a 80
peso ao abate kg 2
taxa reposição % 1%
fertilidade % 90
relaç. macho fêmea nº 1 para 10
conversão alimentar ração / peso 3,25
peso carcaça kg 1,6

sábado, 17 de abril de 2010

BOVINOS: RAIVA BOVINA OU BOTULISMO ?

BOVINOS
RAIVA BOVINA ou BOTULISMO ??

Com o surto tanto de raiva bovina, como de botulismo nestes últimos 30 dias, o Diário MS solicitou ao médico veterinário Vili Schulz, uma explicação mais aprofundada destas 2 patologias com sintomas muito parecidos, mas que nada tem haver uma com a outra, para os leitores deste jornal.

ETIOLOGIA:
A Raiva bovina é uma zoonose, infecto-contagiosa causada por vírus, preocupando e trazendo prejuízos aos pecuaristas, refletindo em impacto para a Saúde Pública.
O transmissor da raiva em bovinos são os morcegos hematófagos, e 55% dos casos são encontrados nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Paraná, e em 2006, 2.600 casos de raiva foram registrados oficialmente em herbívoros.
O botulismo é uma doença ocasionada por uma bactéria do gênero Clostridium, o Clostridium botulinum, encontrado no solo, água, matéria orgânica de origem animal e vegetal, e no trato gastrointestinal dos animais. O Clostridium na forma de esporos são extremamente resistentes, podendo sobreviver por longos períodos nos mais diversos ambientes, proliferando em carcaças ou material vegetal em decomposição, nos quais produz uma neurotoxina que, quando ingerida, causa a doença.

EPIDEMIOLOGIA

A raiva é comumente descrito em áreas próximas de grutas e ou onde existam residências abandonadas. O morcego hematófago que tem hábito noturno, ao sugar o sangue dos herbívoros (principalmente eqüinos e bovinos), libera uma substância “anestésica”, ingerindo sangue vários dias do mesmo animal, na região da “tabua do pescoço”. A doença tem um período de incubação médio de 30 a 90 dias, que pode sofrer variações por diversos fatores como a extensão, a profundidade e a localização da ferida causada pela mordedura, como também a cepa e a carga viral transmitida na mordedura.
Após a incubação o vírus ataca inicialmente o Sistema Nervoso Periférico, para posteriormente chegar ao Sistema Nervoso Central, onde inicia novamente uma intensa multiplicação sendo disseminado para diversos órgãos e glândulas, em especial as salivares.
O botulismo em bovinos tem sido mais comumente descrito em rebanhos a campo, estando normalmente associado a uma deficiência de fósforo nas pastagens, bem como devido a uma inadequada suplementação mineral, que determina um quadro de depravação do apetite, com osteofagia (ingestão de ossos), nos animais. Nos alimentos, o esporo passa, em geral, sem causar problemas pelo trato alimentar do animal vivo, mas, em carcaças o esporo encontra condições ideais de anaerobiose para se desenvolver e produzir toxinas, contaminando principalmente os ossos, cartilagens, tendões e aponeuroses que são mais resistentes à decomposição. Com isso, ao ingerir fragmentos de tecidos ou ossos, outros bovinos adquirem a toxina e, também, esporos, estabelecendo assim a cadeia epidemiológica do botulismo a campo.
As condições de risco para animais confinados ocorrem quando estes recebem silagem, feno ou ração mal conservadas, com matéria orgânica em decomposição, ou com cadáveres de pequenos mamíferos ou aves, que criam condições ideais para multiplicação bacteriana e produção de toxina. Reservatórios de água contaminados por carcaças de roedores ou pequenas aves, também podem ser considerados como possíveis fontes de infecção para bovinos estabulados.
A cama de frango usada na suplementação alimentar de bovinos tem sido relatada como a maior fonte de infecção para animais confinados nos últimos anos, em função da presença de restos de aves. A possibilidade de surtos de botulismo que apresentem como fonte de infecção águas paradas (açudes), associados a períodos de estiagens prolongadas, épocas quentes e altas concentrações de material em decomposição, têm sido mais comumente descritos em bovinos.

SINTOMAS
Os sintomas entre raiva paralítica e botulismo é muito semelhante, mas o médico veterinário, alem do conhecimento e experiência profissional, tem o auxílio da anamnese ( séries de perguntas e levantamentos de informações), e também com o diagnóstico laboratorial, que é o diagnóstico conclusivo, através do exame do cérebro.
RAIVA: Quando são contaminados com o vírus rábico, a primeira sintomatologia que o animal apresenta é a mudança de comportamento, em que na maioria das vezes se afastam do rebanho, não se alimentam ou bebem água, pois logo perdem o apetite e apresentam sinais de lacrimejamento e corrimento nasal.
Como a morte ocorre 3 a 4 dias após o aparecimento dos primeiros sintomas, a evolução da doença é muito rápida, os animais começam a fazer movimentos anormais das extremidades posteriores, apresentam uma alta hipersenbilidade no local da entrada do vírus e uma dilatação pupilar, tremores musculares.
Os sintomas são muito rápidos, em que os animais apresentam uma salivação intensa, incoordenação dos membros posteriores, com dificuldade de ficar em pé e na fase final da doença o animal começa a apresentar um andar cambaleante com mugidos seguidos e entrecortados, caindo ao solo e apresentando dificuldades de se levantar, pela paralisia que acontece no membro posterior.
O processo de debilidade orgânica é aumentado devido à dificuldade de deglutição e de beber água e os sintomas aparecem com mais intensidade como o aumento da salivação que se torna abundante, as contrações musculares ficam mais intensas, aparecem os movimentos de pedalagem e finalmente a dificuldade respiratória, asfixia e a morte.
BOTULISMO botulismo é uma intoxicação cujo quadro sintomatológico, no que diz respeito à velocidade de aparecimento dos sintomas e severidade, está diretamente relacionado com a quantidade de toxina ingerida pelo animal. O período de incubação pode variar de algumas horas até dias. A doença pode ser dividida em quatro formas distintas (superaguda, aguda, subaguda e crônica), de acordo com a gravidade dos sintomas e do tempo de vida do animal.
Na fase inicial, os animais apresentam graus variados de embaraço, incoordenação e anorexia. Tem início então, um quadro de paralisia muscular flácida progressiva, que começa pelos membros posteriores e faz com que os animais prefiram ficar deitados (em decúbito esterno-abdominal = peito para baixo) e, quando forçados a andar, o fazem de maneira lenta e com dificuldade (andar cambaleante e lento). O componente abdominal da respiração se torna acentuado e o vazio se torna fundo. Os animais podem sucumbir repentinamente se estressados.
Com o avanço da doença, a paralisia muscular se acentua, impedindo que o animal se levante, embora ainda seja capaz de se manter em decúbito esternal (com o peito pra baixo e cabeça erguida), progredindo para os membros anteriores, pescoço e cabeça, que faz com que a cabeça fique junto ao solo ou voltada para o flanco. A paralisia muscular afeta a mastigação e a deglutição, levando ao acúmulo de alimentos na boca, além de exteriorização espontânea da língua (protrusão). O animal apresenta diminuição dos movimentos ruminais.
Na fase final o quadro de prostração se acentua, fazendo com que o animal tenha dificuldade para se manter em decúbito esternal, tombando para os lados (em decúbito lateral). A consciência é mantida até o final do quadro, quando o animal entra em coma e morre.
Nos quadros mais agudos, a morte ocorre em um ou dois dias, após o início dos sintomas, geralmente por parada respiratória em função da paralisia dos músculos responsáveis pelos movimentos respiratórios.
Em casos subagudos, o animal sobrevive por três a sete dias, sendo a forma mais comum encontrada a campo. Esta forma apresenta a sintomatologia de forma mais evidente, porque desenvolve-se em um período mais longo.
Já na forma crônica o animal sobrevive por mais de sete dias, e um pequeno número deles pode até recuperar-se após três ou quatro semanas, uma vez que os sintomas não ocorrem de maneira tão acentuada como nas formas anteriores. Apesar do decúbito, os animais podem continuar se alimentando, visto que o apetite se mantém. Animais que se recuperam podem apresentar estertores respiratórios que persistem por algum tempo.
Como podemos observar, pode-se confundir as duas patologias, pois uma envolve paralisia pelo sistema nervoso e a outra envolve paralisia pela toxina agindo na musculatura e só um médico veterinário para diferenciação das mesmas.

PROFILAXIA

As medidas preventivas, esta relacionada com o tipo de patologia:
RAIVA:
Alêm de todo manejo adequado na propriedade ( manejo nutricional, parasitário), são dois os pontos fundamentais para o controle da raiva bovina
1-Eliminação dos morcegos hematófagos.
2-Vacinação estratégica preventiva em áreas de risco.
BOTULISMO:
O mais importante de tudo, é manter boa condição nutricional dos animais, principalmente o nível de fósforo satisfatório num sal de excelente qualidade, para evitarmos a osteofagia.
Sempre manter pastos livres de ossos ( queimar e enterrar restos de aves e animais mortos ).
Não usar cama de frango ( atualmente esta proibido o uso desta fonte de alimentação em animais rastreados – destinados à exportação).
Vacinação preventiva de acordo com calendário sanitário desenvolvido pelo médico veterinário na propriedade.

TRATAMENTO
No caso da raiva, é valido lembrar que a raiva não tem cura tanto em animais como em seres humanos.
No caso de botulismo, pode-se tentar tratamento na forma aguda, mas na maioria dos casos, o prognóstico é desfavorável.

Vili sugere que em aparecimento de suspeita de uma dessas enfermidades, chamar urgente um médico veterinário, e imediatamente iniciar a vacinação tanto da Raiva como do botulismo, até diagnóstico conclusivo.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

MANEJO DE OVINOS

MANEJO EM OVINOS

O DIÁRIO MS, em outra ocasião publicou uma matéria especifica sobre verminose em ovinos, e devido ao grande sucesso, solicitamos junto ao médico veterinário Vili Schulz para que escrevesse uma matéria sobre manejo básico em ovinos.
O manejo são todas aquelas atitudes adotadas em uma criação, e é de extrema importância na ovinocultura, depende muito do ambiente. Dividiremos o manejo em alguns pontos a seguir:

RAÇAS:
As raças escolhidas dependem muito da região, pois o ambiente é fundamental, pois algumas raças se adaptam melhor que outras em determinadas regiões, e suas características (corte/lã) as definem. Na nossa região predomina-se as raças sulfolk, Hampshire Down, Ile de France, Texel e Santa Inês.

CRUZAMENTOS:
O cruzamento industrial, no caso de Mato Grosso do Sul, é indispensável, pois aproveitamos a rusticidade de fêmeas de raças não definidas de nossa região( melhor adaptadas ), que cruzadas com reprodutores com potencial genético à carne, conseguirão cordeiros com carne de melhor sabor, aroma e maciez, alêm de melhor resposta de ganho de peso à alimentação.

FATORES QUE AFETAM O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DOS CORDEIROS
Os cordeiros possuem um crescimento acelerado até os 8 meses de idade, atingindo uma maturidade por volta de 48 meses.
Entre esses fatores, podemos relacionar:
Peso ao Nascer: Fêmeas bem nutridas, tendem a obterem cordeiros mais pesados, reduzindo a mortalidade. Nos últimos 50 dias de gestação, fornecer alimentos e pastagens com alto nível nutricional, para que os cordeiros possam nascer com peso acima de 3,5Kg.
Perfil Hormonal: O fotoperíodo ( luminosidade ) pode alterar o perfil hormonal, afetando a reprodução e o crescimento. É comprovado que dias mais longos, tem-se maior ganho, melhor conversão e menor tempo de abate. Animais inteiros, por causa do nível de testosterona, apresentam crescimento mais rápido em relação aos castrados.
Alimentação: Uma boa alimentação láctea vai influenciar positivamente no desenvolvimento do cordeiro. Cordeiros gêmeos sofreram, pois a fêmea só consegue aumentar em 30% a produção de leite, portanto, o menos desenvolvido vai ter maior sucesso se criado em separado, ou se adotado por outra fêmea.

IDADE DAS MATRIZES:
As fêmeas de 1º gestação apresentam menor eficiência reprodutiva, consequentemente os cordeiros de 1º cria desenvolvem menos. Na eficiência reprodutiva, considera-se fertilidade, prolificidade e sobrevivência dos cordeiros. A eficiência reprodutiva de uma fêmea aumenta até os 6-7 anos, diminuindo após esse período, por isso Vili Schulz pede para o criador ficar atendo à reposição do rebanho.
A puberdade inicia-se aos 8 meses de idade, e o início da vida reprodutiva ( depende da nutrição) tem como critério básico o peso, que é por volta dos 40 kg de peso vivo ( aproximadamente 16 a 20 meses).

REPRODUÇÃO:
A ovelha é poliestra estacional, ou seja, apresenta vários ciclos estrais em determinado período do ano, e cada ciclo dura por volta de 17 a 21 dias. Nossa região (Mato Grosso do Sul), esse período é maior do que região sul do Brasil, o que permite maior flexibilidade nos acasalamentos, dando maior opção para comercialização.
Estação de monta: a estação de monta inicia-se logo após o inverno, e não deve ser maior do que 60 dias, tempo ideal para avaliar as que não conseguiram entrar em gestação.
Monta natural: Neste sistema as fêmeas ficam com o reprodutor 24 horas por dia, podendo neste caso pintar o peito do macho com tinta variando a cor cada 15 dias, para separar e ou anotar as fêmeas que foram cruzadas. Adota-se 1 macho reprodutor para cada 40 femeas.
Monta natural controlada: Neste sistema, faz-se o uso de rufiões (machos vasectomizados ou fêmeas androgenizadas), e também com o uso de tinta, só que no peito dos rufiões, separam-se as fêmeas em cio num piquete próximo para que a monta seja assistida ( controlada ). Costuma-se também usar 1 reprodutor para cada 40 femeas.

AUMENTO DA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA
Vili Schulz orienta que 3 a 4 semanas antes do inicio da estação, aumentar os níveis nutricionais, colocando as fêmeas em uma excelente pastagem, com presença de sombras, e se possível fornecer um adicional de ração para aumentar a deposição de gordura, aumentando desta forma a eficiência reprodutiva. Tosquiar a fêmea 1 mês antes do inicio da estação de monta também apresenta excelente resultado, pois a fêmea irá comer mais para controlar a temperatura corporal, sobrando energia acumulada para o inicio da estação de monta. Outra técnica utilizada é separar todos os machos das fêmeas 1 mês antes da estação, não permitindo nem mesmo o contato visual, e quando esses são colocados com as fêmeas, as mesmas desencadearão que chamamos de sincronização natural, e os nascimentos serão mais homogêneos.
Vili diz que eficiência reprodutiva não é número de cordeiros nascidos, mas sim o número de kg que uma fêmea consegue desmamar. Portanto ao descartar as fêmeas, verificar a eficiência reprodutiva, número de kg desmamados, sensibilidade a enfermidades. Em nossa região a ausência de sombras em pastagens, no período de verão, pode ocorrer reabsorção fetal.
Outro cuidado que o médico veterinário chama a atenção é para o uso de sal mineral específico para ovinos, principalmente por causa da ingestão além do recomendado de Cobre, que se torna tóxico para os ovinos, devendo usar sal mineral de empresas confiáveis.
Pode-se criar ovelhas juntamente com bovinos, em sistema extensivo, mas a rotação de pastagens e uso freqüentes de vermífugos é indispensável.

DO NASCIMENTO AO MERCADO
Uma boa programação de carcaças de boa qualidade, vem ainda durante a gestação que se dá por volta de 150 dias. O período mais importante é nos últimos 50 dias, onde ocorre 70% da formação fetal e preparação para a lactação. Ainda no ultimo mês aplicar vacina contra “clostridioses”.

RECÉM NASCIDOS: Parir em um piquete próximo com pastagem limpa, baixa. Vistoriar este piquete 3 vezes ao dia. Após o nascimento, esperar o cordeiro secar e ficar firme para corte e desinfecção do cordão umbilical com iodo, e aplicar 0,5 ml de doramectina (Dorax), para evitar a “bicheira”.

DESMAME: cada sistema vai depender de cada situação, como veremos a seguir:
Desmame precoce: se dá entre 21 e 45 dias de idade. Este sistema é preferencial em regiões com presença de umidade, maior lotação de cabeças, terminação em confinamento e consequentemente em criações com potencial genético mais elevado.
Desmame semi precoce: se dá de 60 aos 100 dias de idade. É muito bem aceito em pastagens de alta qualidade, com lotação média. A terminação se dá geralmente em semi confinamentos.
Desmame tardio: Este sistema só é justificável em sistemas extensivos, pois 75% da produção de leite se dá nas 8 primeiras semanas de parição, com pico entre a 3ª e 4ª semana, e necessita de alimento sólido apartir dessa 3ª semana. Com 10 dias de idade pode-se usar o Creep feding ( local onde só entra o cordeiro ), com formulação envolvendo quirera de milho, farelo de soja, calcáreo e 0,5% de premix mineral.
1 dia antes do desmame, prender os cordeiros sem água e sem alimento, e observar a fêmea cada 2 dias, olhando o úbere para evitar mastite (não poderá estar duro e quente).
TERMINAÇÃO:
O Sistema de terminação depende da condição ambiental e da disponibilidade de alimentos, bem como uso de instalações. Vili orienta sempre analisar o custo x benifício e a procura ( venda da produção ) antes de qualquer investimento.
Confinamento Total: grandes criações, com áreas menores e disponibilidade de alimentos. Requer animais com maior potencial genético para responder a alimentação, pois o custo é maior. O cordeiro deverá ter bom desenvolvimento, boa conversão e boa deposição de gorduras, sempre equilibrando os fatores manejo, alimentação e potencial genético. O peso de venda esta por volta dos 30 kg. O conforto no confinamento é importante, pois reduz-se o stress dos animais. O piso pode ser cimento ou terra, mas deve ter cama de palha de arroz, maravalha, feno, ou então ser piso ripado, com pelo menos 1 m de altura do solo, para facilitar a limpeza. O espaço do ripado pode ser da largura de uma caixa de fósforo. O espaço por animal no confinamento é de 1 m²/cabeça. O ganho deve ser superior a 200 g/cabeça/dia.
Semi confinamento : Usado em condições de boa pastagem, com baixa infestação de vermes, com suplemento alimentar.
Pastagem: é o que chamamos de terminação em sistema extensivo, em grandes áreas, corre-se o risco se houver uma lotação maior, uma maior incidência de vermes.
Vili Schulz finaliza lembrando que a ovinocultura requer bastante cuidados, e técnicas de manejo são primordiais para o sucesso da criação.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

REPRESENTANTE RAÇÕES PERDIGÃO

Desde 1998 a AGRO RURAL, localizada em Dourados, é representante da marca PERDIGÃO para todo o estado de MATO GROSSO DO SUL.
Possuímos a linha de insumos ( rações e concentrados para aves, bovinos, equinos, coelhos, codornas, peixes, suínos e cães ) - contato: Vili Schulz - fone : 67-8112-0036