AGRO RURAL: DOURADOS MS SEJA BEM VINDO

É grande a satisfação em recebermos em nosso blog, procuraremos sempre adicionar matérias técnicas direcionadas principalmente à medicina veterinária. Dicas e sugestões, estamos à disposição. TFA.

ASSUNTOS:

Abril 10:

-BOVINOS DE CORTE: DESMAMA EM BOVINOS

-GADO DE LEITE: CONTROLE E SECAGEM DAS VACAS.

- SUINOCULTURA: ORIENTAÇÕES EM CRIAÇÃO CAIPIRA

- SAIBA MAIS SOBRE A GRIPE H1N1

- CURTIMENTO DA PELE DE COELHO

- CRIAÇÃO DE COELHOS

- RAIVA OU BOTULISMO ?

- MANEJO DE OVINOS

Maio 10:

- CANA DE AÇUCAR: UMA ALTERNATIVA DE ALIMENTO PARA A SECA (EMBRAPA).

Julho 10:

- MORTALIDADE DE BOVINOS NO FRIO

Agosto 10:

- PICADA POR COBRAS: SINTOMAS E PRIMEIROS SOCORROS
- SABÃO CASEIRO













domingo, 25 de abril de 2010

DESMAMA EM BOVINOS

EMBRAPA CENTRO OESTE :


DESMAMA EM BOVINOS DE CORTE


O atraso na manifestação do primeiro cio pós-parto (anestro) é uma das principais causas do baixo desempenho reprodutivo da pecuária de corte e está relacionado à deficiência nutricional e à intensidade/freqüência de amamentação. Levando em consideração esses fatores e visando poupar a vaca do estresse da amamentação, sem prejudicar o desenvolvimento do bezerro, os criadores realizam a desmama, tradicionalmente, aos 7-8 meses de idade. Nesta idade, o animal já pode ser considerado um ruminante e tem plena condição de utilizar forragem sólida como única fonte de energia e de nutrientes de que necessita. Além do mais, a participação do leite na dieta do bezerro é pequena após o terceiro mês de lactação.

Dessa forma, para os animais nascidos entre agosto e outubro, provenientes da estação de monta de novembro a janeiro recomendada pela EMBRAPA-CNPGC, para o Brasil Central, a desmama tradicional deve ocorrer em duas etapas, nos meses de fevereiro e abril. Após a separação, os bezerros devem ser colocados em pastagens adequadas (forrageiras de alto valor nutritivo, pequeno porte e alta densidade), bem afastados das mães e sem a menor comunicação. Observações realizadas na EMBRAPA-CNPGC, com mães e crias desmamadas e separadas em pastos adjacentes, demonstraram maior tranqüilidade, tanto para as vacas quanto para os bezerros, desde os primeiros dias. Entretanto, tal separação exige a construção de cercas apropriadas que evitem possíveis mamadas. Para facilitar o manejo, alguns criadores mantêm usualmente as crias no mangueiro de quatro a sete dias pós-desmama, fornecendo água, ração no cocho e capim fresco à vontade.

Uma alternativa para amenizar o estresse da separação é o tradicional "amadrinhamento", ou a colocação de animais adultos junto com os recém-desmamados, que tem a função de "acalmá-los". Se possível, os bezerros devem ser desmamados tirando-se as mães do piquete de desmama, de forma que aqueles permaneçam em ambiente conhecido. Bezerros devem ser checados com freqüência e, os doentes, removidos imediatamente do piquete para uma área de isolamento, ajudando a prevenir a disseminação de doenças, e devidamente tratados. Nos primeiros dias após a separação, deve-se evitar distúrbios aos recém- desmamados. Transporte e comercialização devem ser evitados. Se viagens forem necessárias, devem ser o menos estressante possível. Os piquetes devem ser protegidos contra ventos e providos de sombra, reduzindo-se os estresses climáticos adicionais. O tratamento preventivo de doenças deve ser feito por meio de vacinações, como também o controle de ecto e endoparasitos, seguindo um rígido manejo sanitário. Enfim, todos os esforços e precauções devem ser administrados no sentido de se manter o estresse a um mínimo, durante o processo de desmama.

Com o objetivo de acostumar a cria a comer no cocho desde cedo, aumentar o peso à desmama dos bezerros e poupar a vaca da intensa amamentação, alguns criadores vêm utilizando o sistema "creep-feeding". Esse método consiste em suplementar o bezerro ao pé da vaca, com ração balanceada no cocho, dentro de um cercado, por meio de dispositivos que permitem o acesso exclusivo da cria. Em vez de ração no cocho, o mesmo cercado pode compreender um pequeno pasto diferenciado, formado com forrageiras de alto valor nutritivo, pequeno porte, alta densidade e devidamente adubado. Tal sistema tem os mesmos objetivos do sistema anterior e é denominado "creep-grazing".


DESMAMA PRECOCE

Essa prática consiste em separar o bezerro, definitivamente, bem mais cedo, aos 90-120 dias de vida. Ela é recomendada para períodos de escassez de forragem e tem a finalidade de reduzir o estresse da amamentação e os requerimentos nutricionais da vaca, permitindo que estas recuperem seu estado corporal e manifestem o cio. Em se tratando de novilhas de primeira cria, cujo desenvolvimento ainda é incompleto, a desmama precoce pode ser uma boa opção, principalmente em anos com secas prolongadas. Para a maior eficiência do sistema, entretanto, é preciso que esta prática ocorra dentro da estação de monta, possibilitando a reconcepção imediata. Assim sendo, para a estação de monta anteriormente citada (novembro a janeiro), ocorreriam duas desmamas: em novembro e em janeiro.

Apesar da reduzida influência do leite sobre o ganho de peso de bezerros, após o terceiro mês de lactação, quando estes já estão pastando e ruminando plenamente, a desmama precoce pode apresentar efeitos negativos quanto ao desenvolvimento ponderal e fertilidade à maturidade sexual das fêmeas, bem como provocar o aumento da taxa de mortalidade. Para que não ocorram problemas dessa natureza, recomenda-se:

a) desmama de bezerros com peso superior a 90 kg;

b) desmama em época adequada (para o Brasil Central: novembro a janeiro);

c) pastos diferenciados para animais desmamados precocemente;

d) suplementação com ração concentrada até 5-6 meses de idade;

e) uso de "creep-feeding" ou "creep-grazing" na fase pré-desmama.



DESMAMA TEMPORÁRIA OU INTERROMPIDA

A remoção temporária do bezerro é uma técnica de fácil adoção e custo zero, empregada para se melhorar a fertilidade de rebanhos de corte. Consiste em separar o bezerro da vaca, por um período de 48 a 72 horas, a partir de 40 dias após o parto.

O efeito da interrupção temporária do estímulo da amamentação promove o restabelecimento do ciclo estral, ou seja, o aparecimento do cio, podendo melhorar a taxa de concepção das vacas em até 30%. Entretanto, sua eficácia dependerá da condição corporal da fêmea, por ocasião de sua utilização. Vacas em péssimo estado corporal não respondem satisfatoriamente à desmama temporária. Neste caso, a desmama precoce é mais recomendada. O mesmo ocorre com vacas em bom estado nutricional, pois estas já manifestam cio regularmente. Essa prática tem seu maior efeito quando a condição corporal é regular, com fêmeas em regime de ganho de peso.

Os bezerros podem permanecer no mangueiro, por 48 a 72 horas, durante a separação temporária, com água e forragem (feno, capim fresco ou ração) à vontade, enquanto as mães pastam e descansam nas mangas do lado de fora. Essa proximidade serve para "acalmar" os animais. A separação temporária não oferece o menor prejuízo ao peso dos bezerros à desmama definitiva (7 meses).

Outra alternativa para manter a cria ao pé da vaca, reduzindo o estresse da separação, é o uso de "tabuleta". Consiste em um dispositivo aplicado no focinho do bezerro, durante cerca de sete dias, permitindo-lhe o pastejo e ingestão de água, embora as mamadas lhe sejam impedidas. Entretanto, sua viabilidade prática para grandes rebanhos de corte é discutível.



DESMAMA CONTROLADA

Devido à intensidade e à freqüência das mamadas, um certo grau de anestro é observado em praticamente todas as fêmeas que amamentam suas crias, podendo se agravar em situações de desnutrição. Baseado nisto, essa prática preconiza a diminuição da amamentação, com

considerável aumento sobre a taxa de prenhez, à semelhança do que ocorre com o gado leiteiro. Além de poupar a mãe de freqüentes mamadas, esse processo vai acostumando o bezerro para a desmama definitiva.

A amamentação controlada consiste em permitir a permanência do bezerro com a mãe durante dois curtos períodos do dia, entre 6 e 8 horas e das 16 às 18 horas, a partir do 30º dia de vida. Como se pode verificar, essa prática também é inviável para grandes rebanhos de bovinos de corte.


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