AGRO RURAL: DOURADOS MS SEJA BEM VINDO

É grande a satisfação em recebermos em nosso blog, procuraremos sempre adicionar matérias técnicas direcionadas principalmente à medicina veterinária. Dicas e sugestões, estamos à disposição. TFA.

ASSUNTOS:

Abril 10:

-BOVINOS DE CORTE: DESMAMA EM BOVINOS

-GADO DE LEITE: CONTROLE E SECAGEM DAS VACAS.

- SUINOCULTURA: ORIENTAÇÕES EM CRIAÇÃO CAIPIRA

- SAIBA MAIS SOBRE A GRIPE H1N1

- CURTIMENTO DA PELE DE COELHO

- CRIAÇÃO DE COELHOS

- RAIVA OU BOTULISMO ?

- MANEJO DE OVINOS

Maio 10:

- CANA DE AÇUCAR: UMA ALTERNATIVA DE ALIMENTO PARA A SECA (EMBRAPA).

Julho 10:

- MORTALIDADE DE BOVINOS NO FRIO

Agosto 10:

- PICADA POR COBRAS: SINTOMAS E PRIMEIROS SOCORROS
- SABÃO CASEIRO













sexta-feira, 23 de abril de 2010

ORIENTAÇÕES EM SUINOCULTURA "CAIPIRA"


ORIENTAÇÕES EM SUINOCULTURA

A seguir, algumas indicações para suinocultura comercial, podendo ser adaptada para suinocultura “caipira”.
.Planejamento da Produção
Na suinocultura moderna e intensiva, um dos aspectos mais importantes na prevenção de doenças é o correto manejo das instalações, visando reduzir a pressão infectiva e a transmissão de agentes patogênicos entre animais de diferentes idades e racionalizar o uso da mão de obra nas atividades de manejo. Isto é possível através da utilização do sistema de produção "todos dentro todos fora" com vazio sanitário entre cada lote, pelo menos nas fases de maternidade, creche e crescimento/terminação. Para poder adotar esse sistema é necessário planejar as instalações estabelecendo o número de salas que atendem um determinado fluxo de produção (intervalo entre lotes). Para calcular o número de salas necessárias em cada fase de produção deve-se definir algumas variáveis conforme segue:
• Intervalo entre lotes: os intervalos entre lotes de 7 ou 21 dias são os mais utilizados para facilitar as atividades de manejo, mas, teoricamente, pode-se utilizar qualquer período com menos de 22 dias.
• Idade ao desmame: para fins de cálculo das instalações e para realizar o desmame sempre no mesmo dia da semana, usar 21 ou 28 dias. ( em sistema de criação “caipira”, pode-se adotar um desmame com idade maior = 45 a 60 dias).
• Idade de venda dos suínos: deve ser definida em função das características do mercado que se pretende atender.
• Intervalo desmama/cio: normalmente utiliza-se como média 7 dias.
• Duração da gestação: essa variável é fixa de 114 dias = 3meses, 3 semanas, 3 dias.
• Duração do vazio sanitário entre cada lote: para esse período recomenda-se 7 dias (1 dia para lavagem + 1 dia para desinfecção + 5 dias de descanso).


POSIÇÃO DAS INSTALAÇÕES

O sol não é imprescindível à suinocultura. Se possível, o melhor é evitá-lo dentro das instalações. Assim, devem ser construídas com o seu eixo longitudinal orientado no sentido leste-oeste. Nesta posição nas horas mais quentes do dia a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica recebida pela instalação será a menor possível. A temperatura do topo da cobertura se eleva, por isso é de grande importância a escolha do material para evitar que esta se torne um coletor solar. Na época da construção da instalação deve ser levada em consideração a trajetória do sol, para que a orientação leste-oeste seja correta para as condições mais críticas de verão. Por mais que se oriente adequadamente a instalação em relação ao sol, haverá incidência direta de radiação solar em seu interior em algumas horas do dia na face norte, no período de inverno. Providenciar nesta face dispositivos para evitar esta radiação.
Figura 3. Orientação da instalação em relação à trajetória do sol.
Cobertura


O telhado recebe a radiação do sol emitindo-a, tanto para cima, como para o interior da instalação. O mais recomendável é escolher para o telhado, material com grande resistência térmica, como a telha cerâmica. Pode-se utilizar estrutura de madeira, metálica ou pré-fabricada de concreto.

Sugere-se a pintura da parte superior da cobertura na cor branca e na face inferior na cor preta. Antes da pintura deve ser feita lavagem do telhado para retirar o limo ou crostas que estiverem aderidos à telha e facilitar assim, a fixação da tinta.

A proteção contra a radiação recebida e emitida pela cobertura para o interior da instalação, pode ser feita com uso de forro. Este atua como segunda barreira física, permitindo a formação de camada de ar junto à cobertura e contribuindo na redução da transferência de calor para o interior da construção.

O lanternim, abertura na parte superior do telhado, é altamente recomendável para se conseguir adequada ventilação, pois, permite a renovação contínua do ar pelo processo de termossifão resultando em ambiente confortável. Deve ser em duas águas, disposto longitudinalmente na cobertura. Este deve permitir abertura mínima de 10% da largura (L) da instalação, com sobreposição de telhados com afastamento de 5% da largura da instalação ou 40 cm no mínimo. Deve ser equipado, com sistema que permita fácil fechamento e com tela de arame nas aberturas para evitar a entrada de pássaros.

Figura 4. Esquema para determinação das dimensões do lanternim.





Obs: O uso da telha fibro-cimento está sendo limitado em alguns Estados.


Sombreamento


O emprego de árvores altas produz micro clima ameno nas instalações, devido a projeção de sombra sobre o telhado. Para as regiões onde o inverno é mais intenso as árvores devem ser caducifólias. Assim, durante o inverno as folhas caem permitindo o aquecimento da cobertura e no verão a copa das árvores torna-se compacta sombreando a cobertura e diminuindo a carga térmica radiante para o interior da instalação. Devem ser plantadas nas faces norte e oeste da instalação e mantidas desgalhadas na região do tronco, preservando a copa superior. Desta forma a ventilação natural não fica prejudicada. Fazer verificação constante das calhas para evitar entupimento com folhas.

Figura 5. Uso de árvores como sombreiro.

Aquisição dos reprodutores



Fêmeas


Como referência, as fêmeas devem apresentar um potencial para produzir acima de 11 (onze) leitões vivos por parto e serem, de preferência, oriundas do cruzamento entre as raças brancas Landrace e Large White, por serem mais prolíficas.

A reposição das fêmeas do plantel deve ficar entre 30% e 40% ao ano, variação esta que permite ao produtor manter um equilíbrio entre a imunidade e o ganho genético do rebanho. Animais de excelente desempenho reprodutivo podem e devem ser mantidos em produção por mais tempo, de forma a compensar a eliminação de fêmeas que se mostrarem improdutivas na fase inicial de reprodução.

Machos


Os machos devem apresentar um alto percentual de carne na carcaça e boa conversão alimentar, podendo ser de raça pura, sintética ou cruzado, de raça, raças ou linhas diferentes daquelas que deram origem às leitoas. O mercado brasileiro de reprodutores oferece uma variedade de genótipos, que vai desde puros da raça Duroc e Large White até cruzados Duroc x Pietrain, Duroc x Large White, Large White x Pietrain, etc e sintéticos envolvendo essas raças e outras como o Hampshire. A escolha deve sempre contemplar o mercado do produto final.

A reposição anual de machos deve ficar em torno de 80%, o que eqüivale a substituir os animais com idade aproximada de 2 anos.

Proporção entre machos e fêmeas no plantel


A proporção de machos e fêmeas (leitoas e porcas) no plantel é de 1/20, sendo indispensável dispor de no mínimo 2 machos na granja

Biossegurança

Refere-se ao conjunto de normas e procedimentos destinados a evitar a entrada de agentes infecciosos (vírus, bactérias, fungos e parasitas) no rebanho, bem como controlar sua disseminação entre os diferentes setores ou grupos de animais dentro do sistema de produção.

Isolamento


Do ponto de vista sanitário é indispensável que o sistema de produção esteja o mais isolado possível, principalmente de outros criatórios ou aglomerados de suínos, de maneira a evitar ao máximo a propagação de doenças.

Destino de animais mortos


Todo sistema de produção acumula carcaças de animais mortos e restos de placentas, abortos, umbigos e testículos que precisam ter um destino adequado, para evitar a transmissão de agentes patogênicos, a atração de outros animais, a proliferação de moscas, a contaminação ambiental e o mau cheiro, além de preservar a saúde pública. A quantidade destes resíduos depende do tamanho da criação e da sua taxa de mortalidade, portanto, deve ser estimada individualmente, para cada rebanho.
a incineração, que é sanitariamente adequado.

Limpeza e Desinfecção

A limpeza seca, com pá e vassoura na presença dos animais, deve ser feita diariamente .
Passos para realização da limpeza e desinfeção após a saída dos animais
• Iniciar a limpeza seca, com pá e vassoura, imediatamente após a retirada dos animais.
• Esvaziar as calhas ou fossas existentes.
• Desmontar e lavar todos os equipamentos.
• Iniciar a limpeza úmida no máximo 3 horas após a saída dos animais.
• Umedecer previamente a instalação com água contendo um detergente para facilitar a remoção de toda a matéria orgânica aderida nas paredes e pisos.
• Se possível fazer a limpeza úmida com lava jato de alta pressão (1000 a 2000 libras).
• Aplicar o desinfetante no dia seguinte ao da lavagem, com a instalação totalmente seca, usando cerca de 400ml da solução/m2 de superfície.
• Observar com cuidado a correta diluição do desinfetante, seguindo sempre a recomendação do fabricante.
• Desinfetar todas as superfícies e todos os equipamentos.
• Aguardar vazio sanitário mínimo de 5 dias.
• Montar os equipamentos e alojar os animais na sala limpa e desinfetada.





.Manejo da Produção

O manejo da produção compreende todo o processo reprodutivo e produtivo do sistema, devendo ser conduzido com toda a atenção, pois dele depende o atingimento de melhores índices produtivos e o retorno econômico da atividade.

Machos

Não permitir contato direto ou indireto do macho com as leitoas antes de completar 5 meses de idade;
Fornecer aos machos de 2 a 2,5 kg de ração de crescimento por dia, dependendo do seu estado corporal, até iniciarem a vida reprodutiva.
Passar por um período de adaptação de no mínimo 4 semanas antes de realizar a primeira cobrição;
Iniciar o treinamento do macho em coberturas aos 7 meses, levando-o várias vezes à baia de cobrição antes de fazer a primeira cobertura;
Utilizar uma fêmea que esteja com perfeito reflexo de imobilidade para fazer a primeira cobertura, observando uma igualdade no tamanho do macho e a fêmea;
Realizar a cobertura na baia de cobrição, com piso não escorregadio. Recomenda-se o uso de maravalha sobre o piso;
Supervisionar a monta. Retire a fêmea se a mesma for agressiva. Se o macho montar incorretamente, gentilmente coloque-o na posição correta;
Realizar no máximo 2 montas por semana (1 fêmea coberta) entre 7 e 9 meses de idade, no máximo 4 montas por semana (2 fêmeas cobertas ) entre 10 e 12 meses de idade e até 6 montas por semana com idade acima de 1 ano;
Conduzir com calma os machos e as fêmeas para a baia de cobrição, usando tábua de manejo e nenhum tipo de mau trato;
Fazer as cobrições sempre após o arraçoamento (alimentação) dos animais e nas horas mais frescas do dia, início e fim da jornada de trabalho;

Arraçoamento de cachaços adultos.
Arraçoamento diário Peso vivo dos cachaços (kg)
120 a 150 150 a 200 200 a 250 250 a 300
Quantidade fornecida (kg) 2,1 2,4 2,8 3,0

Procedimentos para a detecção do cio


É importante o estabelecer um procedimento padrão para a atividade de diagnóstico de cio, obedecendo uma rotina diária. O contato físico direto pela introdução do macho na baia das fêmeas, pelo menos durante 10 minutos a cada dia garante a melhor estimulação para detectar o estro e é útil para checar porcas que não exibem o reflexo de tolerância. Para fêmeas alojadas em gaiolas, a utilização de um cachaço em combinação com o teste da pressão lombar é o método mais acurado de identificação de fêmeas em estro. Idealmente o diagnóstico de cio deve ser realizado duas vezes ao dia com intervalo ótimo de 12 horas.
• Levar a fêmea na presença do macho (baia) ou colocá-la frente a frente com o cachaço (em gaiolas); só colocar para cruzar, após detecção do cio.
• Utilizar um cachaço com idade acima de 10 meses. Também é aconselhável a prática do rodízio de cachaços para e detecção de cio;
• Iniciar a tarefa de detecção de cio cerca de uma hora após a alimentação. Se ao invés de baias, a granja alojar as fêmeas em gaiolas individuais, um intenso contato "cabeça com cabeça" passando o macho pelo corredor obterá bons resultados.
• Realizar o teste de pressão lombar imediatamente após mostrar o cachaço para a porca.
• Gentilmente massagear o flanco e pressionar (com as mãos ou cavalgando) as costas da fêmea. A fêmea em cio para rigidamente, treme as orelhas e mostra interesse pelo macho;
Evitar movimentos rudes ou bruscos. O teste é menos efetivo se a fêmea tiver medo do tratador; procurar alongar a exposição do cachaço quando estiver checando cio em leitoas, uma vez que as mesmas tendem a ser mais nervosas e inquietas. Caso o cio estiver sendo checado em uma baia, não utilizar um cachaço muito agressivo; Após detectar o cio deve-se respeitar um período mínimo para realizar a monta natural ou inseminar. O reflexo de imobilidade normalmente é apresentado em períodos de 8-12 minutos, seguido por períodos refratários de uma hora ou mais, devido a fadiga provocada pelas contrações musculares.
Pré-Cobrição em Leitoas


• A maturidade sexual das leitoas ocorre entre 5,5 a 6,5 meses de idade (mais tarde em Fêmeas “caipiras”), recomenda-se iniciar o diagnóstico do cio, uma vez ao dia, a partir do segundo dia da chegada das leitoas;
• Evitar que as fêmeas se acostumem com a exposição ao macho por excesso de contato, isto dificulta a estimulação da puberdade e a detecção do cio. Alojar os cachaços de forma que as fêmeas desmamadas e leitoas em idade de cobrição possam vê-los e sentirem seu cheiro. Períodos de exposição direta de 10 a 20 minutos pelo menos uma vez são ao dia, são suficientes;
• Para iniciar o estímulo da puberdade deve-se utilizar um cachaço com bom apetite sexual, acima de 10 meses de idade, dócil e não muito pesado. Fazer o rodízio de cachaços para o estimulo e detecção de cio;
• Abrir uma ficha de anotações e controle de cio para cada lote de fêmeas;
• Se a leitoa entrar em cio e não apresentar idade ou peso para cobrir, mantenha o registro para utilização desta leitoa dentro de 21 dias;
• Fornecer diariamente às leitoas 2,5 kg de ração de crescimento até duas semanas antes da cobrição. A ração diária deve ser em duas refeições, pela manhã e à tarde;
• Realizar a 1ª cobrição no 2° ou 3º cio, com idade mínima de 7 meses e 130 kg de peso;


Pré-Cobrição em Porcas


• Período ótimo de duração da lactação é de 21-23 dias (período maior em suínos “caipiras”), Em regra geral as porcas retornam ao cio 4 ou 5 dias após o desmame e se não ficarem cobertas voltarão a repetir o cio aos 21 dias.
• Agrupar as porcas desmamadas em lotes de 5 a 10 animais, em baias de pré cobrição, localizadas próximas às dos machos;
• Agrupar as porcas por tamanho, seguido de banho com água para reduzir o estresse e as agressões. Manter um espaço ideal de 3 m2 por porca;
• Fornecer ração de lactação às porcas, à vontade ou pelo menos 3 kg/dia, do desmame até a cobrição;
• Estimular e observar o cio das porcas no mínimo duas vezes ao dia, com intervalo mínimo de 8 horas, colocando-as em contato direto com o macho a partir do segundo dia após o desmame.
Cobrição

A duração controlada de uma monta varia de 5 à 10 minutos. Qualquer cobertura que demorar menos de 3 minutos deve ser considerada uma cobertura duvidosa. É conveniente a adequação do tamanho da porca ao cachaço. A fêmea deve estar perfeitamente em cio (imóvel), com a vulva higienizada. O cachaço não deve apresentar problemas de aprumos.
A baia de cobertura não deve ter cantos e nem pontos que possam causar lesões nos animais. O piso não pode ser escorregadio, sendo recomendado o uso de maravalha. A limpeza da baia deve ser diária e a desinfecção realizada semanalmente.
• Adotar duas montas por porca. Manter intervalo de 24 horas entre montas.
Protocolo de cobrição para monta natural


Observando-se a detecção de cio com o auxílio do cachaço, duas vezes ao dia, a prática de monta natural com duas cobrições é recomendada dentro das seguintes condições:
• Porcas com intervalo desmama-cio com 5 ou mais dias e Leitoas:
Realizar a primeira cobrição no momento em que a porca ou leitoa inicia a aceitação do cachaço. A segunda cobrição deverá ser no máximo 24 horas após.
• Porcas com intervalo desmama-cio até 4 dias:
Realizar a primeira cobrição 12 horas após ter demonstrado imobilidade ao cachaço. A segunda cobrição deverá ser feita 24 horas após a primeira.

Maternidade


• Fazer a transferência das porcas para a maternidade sete dias antes do parto previsto. Conduzir os animais com calma e sem estresse, sempre com o auxilio de corredores e da tábua de manejo. Transferir as fêmeas nas horas quentes do dia durante o inverno e nas horas frescas do dia no verão;
• Privar as porcas de ração no dia do parto, mantendo somente água a sua disposição (15-20 litros/dia). Acompanhar o parto dando toda a atenção possível à porca e aos recém nascidos. O objetivo no manejo alimentar é evitar a constipação e conservar os aportes de energia; Evitar interferência no parto a não ser nos seguintes casos: a)- Porcas sem contração: aplicar ocitocina e massagear o aparelho mamário; b)- Porcas com contração, sem iniciar o nascimento após 20 minutos, usar mão enluvada para tentar a retirada dos leitões.
• Manter, para cada porca, uma ficha individual de anotações relativas ao parto e aos leitões, e em especial as medicações individuais ou coletivas.
• As porcas em lactação devem receber ração à vontade. Nos períodos quentes deve-se fornecer ração molhada, distribuída várias vezes ao dia, para estimular o consumo. Nestes períodos também é muito importante o fornecimento de ração à noite (esta pode ser seca), pois nas horas mais frescas o consumo é maior.

Características ideais da Maternidade


• Cela parideira com barra de proteção, para evitar esmagamentos;
• Piso com capacidade isolante para evitar perda de calor por contato pelo leitão;
• Piso confortável para a porca e leitões evitando lesões de casco e articulações;
• Limpeza diária com retirada dos excrementos no mínimo uma vez pela manhã e outra pela tarde.
Cuidados com os leitões ao nascer


Antes de iniciar o trabalho de parto é necessário ter a disposição os seguintes equipamentos, materiais e medicamentos:
• Papel toalha ou panos limpos e desinfetados;
• Barbante em solução desinfetante a base de iodo (iodo 5 a 7% ou iodo glicerinado);
• Frasco de iodo glicerinado para desinfeção do umbigo;
• Seringa e agulha;
• Aparelho de desgaste ou alicate para corte de dentes;
• Tesoura para corte do umbigo;
• Rolo de esparadrapo largo;
• Luvas descartáveis;
• Dispositivo para contenção dos leitões;
• Medicamentos (ocitocina, e antibiótico);
• Balde plástico para lixo (papel toalha e outros);
• Balde plástico para receber a placenta os leitões mortos e os mumificados.
Na medida em que os leitões forem nascendo, adotar os seguintes procedimentos:
• Limpar e secar as narinas e a boca dos leitões; massagear os leitões na região lombar, amarrar o umbigo no comprimento de 4-5 cm, cortar 1 cm abaixo da amarração e desinfetar com iodo glicerinado;
• Orientar os leitões nas mamadas dando atenção especial para os menores que devem ser colocados nas tetas dianteiras;
• Práticas dolorosas como o corte dos dentes e cauda dos leitões não devem ser realizadas durante a parição, mas após sua finalização.
Medidas para evitar perdas na maternidade

• Assegurar um local quente (26º a 32ºC) e seco para os leitões, evitando o choque térmico do leitão e a conseqüente hipotermia dos recém nascidos;
• Habilidade para fazer o remanejo de leitões logo ao nascer, inclusive estimulando os leitões menores a consumir o colostro;
• Estimular o consumo de ração para as porcas com grandes leitegadas;
• Obter parições eficientes diminuindo o número de natimortos e melhorando a viabilidade dos recém nascidos (uma parição normal dura em geral 2h 30m);
• Cuidado especial deverá ser dado para as porcas velhas, pois tendem a ter maiores problemas com parições muito longas (acima de 4h). Prever uma supervisão intensiva do parto;
• Estimular mamadas regulares e suficientes;
• Cuidado com esmagamentos.
Prevenção da agalaxia (falta de leite)

• Observar a falta de apetite e empedramento do úbere;
• Observar o comportamento de leitões (inquietos e com perda de peso);
• Observar atentamente os corrimentos vaginais da porca, pela manhã e pela tarde durante 48h, através da abertura dos lábios vulvares;

Castração dos leitões


Os leitões devem ser castrados antes de completar os 25 dias de idade, seguindo os passos abaixo
• Preparar o bisturi, fio e desinfetante a base de iodo em um balde.
• Fechar os leitões no escamoteador para facilitar a captura dos mesmos.
• Castração de leitões normais:
a) Um auxiliar segura o leitão na tábua de castração ou o leitão é imobilizado usando equipamento apropriado;
b) Desinfetar a região do escroto com pano embebido no desinfetante:
c) Realizar a castração fazendo um ou dois cortes sobre os testículos e retira-los por tração;
d) Desinfetar novamente o local da incisão e liberar o leitão.




Descarte de Fêmeas


• Evitar o acúmulo de porcas muito velhas na granja, mantendo sempre a recomendação de reposição anual de 30 a 40%;
• As porcas que apresentarem qualquer um dos problemas abaixo relacionados devem ser descartadas:
- Não retornarem ao cio até 15 dias após o desmame;
- Com danos severos nos aprumos;
- Com falha de fecundação;
- Com duas repetições seguidas de cio;
- Que apresentaram dificuldades no parto;
- Qualquer ocorrência de doença;
- Com baixa produtividade;
- Com problemas de Metrite, Mastite e Agalaxia (MMA);
- Que apresentaram aborto ou falsa gestação.

Creche


A saída da maternidade para a creche representa um choque para os leitões, pois deixam a companhia da porca e, em substituição ao leite materno, passam a se alimentar exclusivamente de ração. Por essa razão, os cuidados dedicados aos leitões, principalmente nos primeiros dias de creche, são importantes para evitar perdas e queda no desempenho, em função de problemas alimentares e ambientais que, via de regra, resultam na ocorrência de diarréias.
• Alojar os leitões na creche no dia do desmame, formando grupos de acordo com a idade e o sexo.
• Fornecer suficiente espaço para os leitões, considerando o tipo de baia.

• Fornecer à vontade aos leitões, ração pré-inicial 2 do desmame até os 42 dias e ração inicial até a saída da creche, com peso médio mínimo dos leitões de 20 kg.
• Fornecer ração diariamente, não deixando nos comedouros ração úmida, velha ou estragada.
• O consumo diário de ração por leitão entre 5 e 10 kg de peso vivo é, em média, de 460 gramas Entre 10 e 20 kg de peso vivo deve ser estimulado o consumo de ração que em média é de 950 gramas por animal ao dia.
• No caso de eventuais surtos de diarréia ou doença do edema, retirar imediatamente a ração do comedouro e iniciar um programa de fornecimento gradual de ração até controlar o problema.
• Dispor de bebedouros de fácil acesso para os leitões, com altura, vazão e pressão corretamente regulados.
• Vacinar os leitões na saída da creche de acordo com a recomendação do programa.
• Monitorar cada sala de creche pelo menos 3 vezes pela manhã e 3 vezes pela tarde para observar as condições dos leitões, bebedouros, comedouros, ração e temperatura ambiente.
• Limpar as salas de creche, diariamente, com pá e vassoura.
• Lavar as salas de creche com baias suspensas, esguichando água, com lava jato de alta pressão e baixa vazão, no mínimo a cada 3 dias no inverno e a cada 2 dias nas demais estações do ano.
• Implementar ações corretivas com a maior brevidade possível quando for constatada qualquer irregularidade, especialmente problemas sanitários.
• Pesar e transferir para as baias de crescimento os leitões com idade entre 56 e 63 dias.



Crescimento e terminação


São as fases menos preocupantes dos suínos, desde que ao iniciarem as mesmas apresentem um peso compatível com a idade e boas condições sanitárias. Assim sendo, pode-se dizer que o sucesso nessas fases depende de um bom desempenho na maternidade e na creche.
• Manejar as salas de crescimento e terminação segundo o sistema "todos dentro todos fora", ou seja, entrada e saída de lotes fechados de leitões.
• Alojar os leitões nas baias de crescimento e terminação no dia da saída da creche, mantendo os mesmos grupos formados na creche ou refazer os lotes por tamanho e sexo.
• Fornecer aos animais à vontade, ração de crescimento até os 50 kg de peso vivo e ração de terminação até o abate.
• Dispor de bebedouros de fácil acesso para os animais, com altura, vazão e pressão corretamente regulados.
• Monitorar cada sala de crescimento e terminação pelo menos 2 vezes pela manhã e 2 vezes pela tarde para observar as condições dos animais, bebedouros, comedouros, ração e temperatura ambiente.
• Limpar as baias de crescimento e terminação diariamente com pá e vassoura.
• Esvaziar e lavar semanalmente as calhas coletoras de dejetos, mantendo no fundo das mesmas, após a lavagem, uma lâmina de 5 cm de água, de preferência reciclada.
• Implementar ações corretivas com a maior brevidade possível quando for constatada qualquer irregularidade, especialmente problemas sanitários.
• Fazer a venda dos animais para o abate por lote, de acordo com o peso exigido pelo mercado.
• Não deixar eventuais animais refugo nas instalações.



NUMERAÇÃO DE ANIMAIS: SISTEMA AUSTRALIANO


A marcação de suínos pelo sistema "australiano" é feita mediante mossas aplicadas nas orelhas. Cada mossa tem um valor convencional. Além das mossas são usados furos que representam os números 400 e 800 como mostram os clichês ao lado. Com o sistema australiano podem ser aplicados os números de 1 a 1.599 da seguinte forma:

ORELHA DIREITA:
Cada pique embaixo da orelha corresponde a 1, em cima a 3, na ponta 100 e no centro 400.
ORELHA ESQUERDA:
Cada pique embaixo da orelha significa 10, em cima 30, na ponta 200 e no centro 800. A marcação deve ser feita ao nascer ou no máximo quando os leitõezinhos tiverem 15 dias.
OBSERVAÇÃO:
Os piques podem ser usados na seguinte freqüência (máxima): - 100 - 200 - 400 - 800 SÓ 1 VEZ e 10 2 vezes , 3 e 30 --3 vezes